quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Receber

Imagino-me em casa e a receber um telefonema do meu dono imaginário. Tenho quinze minutos para me aprontar e recebê-lo. Tomo banho a correr, prendo o cabelo (como ele gosta, num rabo de cavalo para ser puxado), perfumo-me e visto uma única preta, transparente. Acendo à pressa as velas no quarto e no hall. Enquanto espero meu coração saltita, sinto um nervoso miudinho, um misto de ansiedade, receio e excitação. Estou ansiosa que ele chegue.

Ligeiramente atrasado o telemóvel toca de novo. Chegou! Vi-o assim que chegou, há muito que esperava junto à janela do quarto. Dirijo-me para o hall e ajoelho-me junto à porta para o receber. Assim que ele entra em casa entra também na minha boca. Passa-me a mão pela cabeça mimando-me, tal como a uma cadela. Cruza os braços atrás da cabeça enquanto se mira no espelho em silêncio. Eu continuo de joelhos, com as mãos atrás das costas, servindo com a boca, cada vez mais preenchida. Nesse momento trocamos olhares, é bom poder mostrar o meu olhar de puta do Dono.

Ele percebe o prazer que estou a ter naquele momento, como sou feliz com a minha entrega e, depois de deixar fugir um sorriso, agarra-me a cabeça com as duas mãos e movimenta-a a seu bel-prazer. Sinto-o cada vez mais fundo, tenho dificuldade em o albergar sem babar, sem chorar, mas sentir a posse dele sobre mim...deixa-me ainda mais excitada.

Afasta a minha boca e ordena que me levante. De pé, em frente a ele, recebo mais um sorriso ao mesmo tempo que pergunta como estou. Estou bem, agora melhor que nunca. Ordena que me vire e apoie no móvel que fica junto à parede, por baixo do espelho. Assim o faço, desejosa, imaginado o que vem a seguir. Abro bem as pernas e empino o rabo. Ele passa a mão pelo sexo e, reparando no mel que escorre, toma-me em seus braços.

Manda-me olhar no espelho, vejo-me a mim e a ele. Vejo no reflexo do espelho a paixão que nos une, sinto-a toda dentro de mim. O sorriso que vejo refletido no espelho, o meu sorriso, vai-se abrindo à medida que o movimento de vai-vem corporal vai aumentando de ritmo. Vejo o brilho nos meus olhos, o rubor no rosto, sinto-me prestes a explodir de tanto contentamento.

O interrogatório começa e eu estou prestes a entrar noutro mundo, quero deixar-me ir, aproveitar as sensações e não posso. Coloca questões de forma a baralhar-me, obriga-me a pensar, tenho de estar atenta, cada erro meu será mais tarde punido e eu não gosto de castigos.

Abandona o meu corpo, dá uma valente sapatada no meu rabo e indica-me o caminho para o quarto que percorro de quatro.