domingo, 30 de dezembro de 2012

Fim de ano

Final de ano é sempre uma boa altura para refletir sobre o que já passou e o que ainda, espero, venha a acontecer. Depois de um início muito conturbado, caracterizado por ansiedade e angústia, depois de uma fase que me levou a um desespero existencial, acabei por encontrar o equilíbrio e hoje estou mais segura e confiante que nunca. Às vezes é preciso quebrar, atingir o fundo do poço, para depois, tal como fénix, renascer das cinzas. Foi isso que me aconteceu: renasci.

Este ano percebi que não preciso de ninguém para ser feliz, a felicidade vem de dentro e depende exclusivamente de mim, sou feliz por mim e para mim. É claro que ter com quem partilhar a minha felicidade a engrandece e, felizmente, eu tenho, faço-o de uma forma totalmente sincera e desinteressada. 

Embora me falte ainda alcançar muitos objetivos de vida, neste momento, tenho tudo o que preciso (não confundir com tudo o que desejo!). Tenho saúde, trabalho e amigos, pessoas especiais que me proporcionam momentos especiais. Finalmente aprendi a gostar de mim, não sou perfeita, tenho ainda muitas arestas a limar mas...aceito-me sem pudor, sem vergonha de ser como sou. Tenho orgulho de ser quem sou e de me estar a tornar na pessoa que sempre fui mas temia revelar.

O passado é apenas isso, passado! Não posso fazer nada em relação ao passado, não posso alterá-lo nem eliminar partes. Faz parte da minha história mas não me define e isso dá-me um certo alento. Foram as experiências do passado, as boas e as más, que me ajudaram a chegar onde me encontro, a ser a pessoa otimista, equilibrada e serena que hoje me define. 

O que fica para trás são apenas recordações de um outro tempo que não volta mas que estão guardadas na memória do corpo e da alma, disponíveis para reviver a qualquer momento, se assim o entender. Também elas, as recordações, se vão alterando com tempo...umas ganham importância, outras perdem totalmente o seu valor, até as boas se podem tornar más se tentarmos percebê-las racionalmente por isso...tento recordar pouco e viver mais o presente tendo esperança no futuro.

Mudei muito neste último ano, principalmente no último semestre, voltar a trabalhar aumentou os meus horizontes e contribuiu para o aumento de auto-estima e consequentemente para a forma como hoje encaro a vida. Adoro o meu trabalho, não só pelas tarefas em si mas também pelas pessoas que passaram a fazer parte dos meus dias.

Resumindo...foi um excelente ano e o próximo vai ser ainda melhor! Acredito em mim e sei que vou chegar onde quero. A viagem continua e de etapa em etapa vou-me tornando numa pessoa melhor e mais feliz.

A todos os que contribuíram para eu chegar até aqui...o meu sincero obrigada, pelo apoio, pela partilha, pela amizade. A todos os meus amigos desejo um excelente 2013. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Receber

Imagino-me em casa e a receber um telefonema do meu dono imaginário. Tenho quinze minutos para me aprontar e recebê-lo. Tomo banho a correr, prendo o cabelo (como ele gosta, num rabo de cavalo para ser puxado), perfumo-me e visto uma única preta, transparente. Acendo à pressa as velas no quarto e no hall. Enquanto espero meu coração saltita, sinto um nervoso miudinho, um misto de ansiedade, receio e excitação. Estou ansiosa que ele chegue.

Ligeiramente atrasado o telemóvel toca de novo. Chegou! Vi-o assim que chegou, há muito que esperava junto à janela do quarto. Dirijo-me para o hall e ajoelho-me junto à porta para o receber. Assim que ele entra em casa entra também na minha boca. Passa-me a mão pela cabeça mimando-me, tal como a uma cadela. Cruza os braços atrás da cabeça enquanto se mira no espelho em silêncio. Eu continuo de joelhos, com as mãos atrás das costas, servindo com a boca, cada vez mais preenchida. Nesse momento trocamos olhares, é bom poder mostrar o meu olhar de puta do Dono.

Ele percebe o prazer que estou a ter naquele momento, como sou feliz com a minha entrega e, depois de deixar fugir um sorriso, agarra-me a cabeça com as duas mãos e movimenta-a a seu bel-prazer. Sinto-o cada vez mais fundo, tenho dificuldade em o albergar sem babar, sem chorar, mas sentir a posse dele sobre mim...deixa-me ainda mais excitada.

Afasta a minha boca e ordena que me levante. De pé, em frente a ele, recebo mais um sorriso ao mesmo tempo que pergunta como estou. Estou bem, agora melhor que nunca. Ordena que me vire e apoie no móvel que fica junto à parede, por baixo do espelho. Assim o faço, desejosa, imaginado o que vem a seguir. Abro bem as pernas e empino o rabo. Ele passa a mão pelo sexo e, reparando no mel que escorre, toma-me em seus braços.

Manda-me olhar no espelho, vejo-me a mim e a ele. Vejo no reflexo do espelho a paixão que nos une, sinto-a toda dentro de mim. O sorriso que vejo refletido no espelho, o meu sorriso, vai-se abrindo à medida que o movimento de vai-vem corporal vai aumentando de ritmo. Vejo o brilho nos meus olhos, o rubor no rosto, sinto-me prestes a explodir de tanto contentamento.

O interrogatório começa e eu estou prestes a entrar noutro mundo, quero deixar-me ir, aproveitar as sensações e não posso. Coloca questões de forma a baralhar-me, obriga-me a pensar, tenho de estar atenta, cada erro meu será mais tarde punido e eu não gosto de castigos.

Abandona o meu corpo, dá uma valente sapatada no meu rabo e indica-me o caminho para o quarto que percorro de quatro.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Boa disposição

Hoje acordei bem-disposta, nem me custou sair da cama (custar custou, custa sempre, mas levantei-me assim que o despertador tocou, nem mais um bocadinho!) e...a boa disposição mantém-se! Talvez por ser sexta-feira, talvez porque ontem fui surpreendida, talvez porque o fim-de-semana promete!

Estou ansiosa por chegar a casa e ver se...sou novamente surpreendida! E...conto com boas surpresas porque as más têm sido uma constante e dessas...dispenso.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Brincadeira noturna

Ontem, mais uma vez, tentei masturbar-me com fantasias unicamente femininas mas...não consigo. Ainda preciso de uma "personagem" masculina para manter a excitação e fazer com que a estimulação se mantenha prazerosa.

Uma das coisas que mais sinto falta é a de ter de pedir autorização para me tocar, acho que quando isso acontecia, quando obtinha autorização, o ato era muito mais intenso. Quando era recusado...não me tocava mas...ficava ainda mais excitada, não só fisicamente como também emocionalmente. No entanto, é bom hoje poder decidir com o que fantasio, gosto de ter liberdade nesse momento, quando me é indicado o mote da fantasia...normalmente perco a excitação. Gosto de me deixar ir, construir a minha fantasia à medida que me vou tocando e vou percebendo o que mais me deixa excitada.

Chegar ao orgasmo é sempre o meu objetivo mas...estou a pensar de que forma poderei prolongar a excitação, se necessário evitá-lo mas...preciso de uma razão, preciso de criar um jogo que possa jogar sozinha... É muito bom quando me venho mas...é algo rápido, enquanto a excitação pode durar horas, às vezes dias. Sinto falta de me sentir assim.

Hoje quando me deitar, não me vou masturbar mas...dar largas à imaginação e tentar criar uma forma de esse momento não depender de mim mas...da sorte, do acaso...Vamos lá ver o que consigo arranjar.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Heteroflexibilidade

Foi com o bdsm que descobri a minha heteroflexibilidade, mais concretamente na primeira festa a que fui. Ela surgiu sozinha, cheia de atitude, e muito, muito sensual. Embora não se tenha passado nada, apenas trocamos algumas palavras, os olhares foram uma constante, por algum motivo que eu desconhecia...não conseguia deixar de olhá-la e, de certa forma, desejá-la. Foi só no fim da festa, quando me despedi, que os nossos lábios se tocaram. Senti-me estremecer mas...nada disse e durante algum tempo ninguém soube o que senti, nem o que fez despertar em mim.

Felizmente tornei a encontrá-la e...tive hipótese de descobrir um pouco mais dos meus sentimentos e pôr em prática algumas das minhas fantasias. Eu penso que ela terá percebido desde o primeiro olhar e por isso...por isso da segunda vez que nos vimos ela...dançou para mim, tal como uma serpente, contorcia o seu corpo enquanto sorria para mim e me chamava... Da dança, dos toques casuais, dos elogios sussurrados ao ouvido...depressa chegamos à intimidade e partilhar uma cama com ela...algo que nunca vou esquecer.

A partir daí comecei a estar mais atenta e...há de facto algumas mulheres que mexem comigo, não só emocionalmente mas também sexualmente. Ultimamente tem-me acontecido bastante e...fico contente por saber que isso hoje já não é um tabu para mim, se me dá gozo e prazer...why not?

Este fim de semana foram dois dias dedicados às mulheres, não houve sexo mas houve erotismo, sensualidade e muito prazer no feminino. Houve homens que se meteram comigo mas...as mulheres, talvez por serem do mesmo sexo, souberam melhor como me conquistar. Estou ansiosa pelo próximo fim de semana! Ainda mais ansiosa pela próxima festa em que encontrarei a minha musa!

sábado, 22 de setembro de 2012

Calmaria

Não tenho escrito muito, não há muito para vos contar, neste momento...é mais do mesmo. Sei o que quero e luto, com toda a minha força, por isso. Estou bem sozinha porque...não me sinto só. Não sei bem porquê mas o passado tem-me procurado e velhos amigos, velhas paixões, têm-me feito companhia. O balanço que fazem de mim, da minha evolução, é muito positivo e isso...deixa-me ainda mais confiante e segura, gosto do que me estou a tornar.

Não procuro ninguém, encontrei a minha forma de ser feliz sozinha, de viver a minha submissão sem dono, de me realizar como indivíduo. Ainda tenho momentos em que fraquejo, em que me deixo levar pelo desejo, pela necessidade de me sentir usada e possuída. Mas servir de livre e espontânea vontade, senti-lo na alma, em silêncio, sabendo que tudo o que recebo em troca é verdadeiramente sincero...acalma-me, dá-me a tranquilidade necessária, para que um dia possa encontrar quem eu queira ao meu lado e...ao mesmo tempo...deseje.

Sem dúvida que voltar ao mundo do trabalho me ajudou bastante. Regressei à mesma empresa passado dois anos e a diferença, em mim, é abismal. Sou a mesma pessoa mas...estou diferente e isso percebe-se à vista desarmada. A minha autoestima está muito mais elevada e isso nota-se, quer na minha atitude, quer na atenção que recebo. Pela primeira vez sinto-me vítima de ciúme e inveja e...em vez de me sentir desconfortável...saboreio a satisfação que isso me faz sentir. Talvez seja errado mas esses momentos acabam por contribuir para que me sinta poderosa e...ainda mais confiante no futuro. Acredito em mim! Já não passo despercebida, já não sou invisível e prefiro incomodar a...ser indiferente!

É neste estado de comunhão com o "universo" que eu me quero manter, sinto-me, pela primeira vez, a viver a minha vida.

Em dúvida


Glory Box - Portishead

"Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman"

domingo, 9 de setembro de 2012

Velhos hábitos

Ontem acabei a noite nos Maus Hábitos, já lá não ia há uns anos. Continua quase tudo na mesma, apenas o cheiro a ganza se fez sentir em menor quantidade. Foi uma noite de magia, daquelas que enriquecem o espírito. Há muito que não me sentia tão bem sozinha...em grupo! Foi uma noite de loucuras, algumas reais outras só na minha mente perversa.

O dj nu incentivava a despir, os corpos masculinos que dançavam em tronco nu, a bebedeira, a música hipnotizante...sentia-me inebriada, pelo que me rodeava, pelo que pensava e sentia... Tive vontade de me despir também, pelo menos em tirar a t'shirt, soltar-me e deixar-me ir mas...tive receio de ferir a suscetibilidade de quem me acompanhava, além de que...não tinha ninguém presente para quem me apetecesse exibir.

Foi uma noite estimulante, vivida secretamente com a alma e sentida com o espírito.

sábado, 8 de setembro de 2012

Sábado

Hoje acordei bem-disposta. Finalmente sábado. Foi pena não ter dormido mais um pouco mas talvez amanhã consiga. Depois do pequeno-almoço voltei para a cama, encostei-me nas almofadas, estendi as pernas e passei a mão entre o sexo despido, acessível. Bom! Sorri e aumentei a intensidade, a pressão dos dedos sobre mim, em mim, e...de repente masturbava-me para um dono, agora, imaginário. Contorcia-me com prazer quando ele chegou, impetuoso e longo, o orgasmo.

Para me recompor deste momento tão desgastante fisicamente, mas tão estimulante espiritualmente, estive a ver, pela primeira vez, o Flash Gordon! Depois dediquei-me às tarefas domésticas, ouvindo vezes sem conta o novo tema dos Muse, simplesmente fantástico! As mesmas tarefas de sempre mas...com uma paz indescritível.

Esta noite sinto-me poderosa. A semana, embora cansativa, correu bem e cada vez gosto mais de mim...

sábado, 1 de setembro de 2012

Loucura (ou não!)


Muse - Madness

(Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma)

I, I can't get these memories out of my mind,
And some kind of madness is started to evolve.
(Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma)
I, I tried so hard to let you go,
But some kind of madness is swallowing me whole, yeah
(Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma)

I have finally seen the light,
And I have finally realized,
What you mean.
Ooh

And now I need to know is this real love,
Or is it just madness keeping us afloat?
(Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma)
And when I look back at all the crazy fights we had,
Like some kind of madness
Was taking control
(Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma)
Yeah

And now I have finally seen the light,
And I have finally realized,
What you need.
Mmm

And now I have finally seen the end
(Finally seen the end)
And I am not expecting you to care
(Expecting you to care)
But I have finally seen the light
(Finally seen the light)
I have finally realized
(Realized)
I need to love
I need to love

Come to me,
Trust in your dream
Come on and rescue me.
Yes I have known, I can be wrong
Maybe I’m too headstrong
Our love is...

(Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma)
Madness

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Deslumbres


O tempo tem passado mesmo a correr. Já não me lembrava de como trabalhar ocupa tanto tempo! Trabalhar está a fazer-me bem, estou a aprender e isso é muito positivo. Sempre que aprendo cresço...e neste momento a aprendizagem é constante, quer em termos de trabalho, como normas e procedimentos, quer em termos relacionais. Estou constantemente em contacto com outras pessoas, a maior parte ainda não conheço pessoalmente, e isso tem me ajudado a perceber o quanto "cresci" no último ano e meio.

Estou contente com a pessoa que me tenho revelado, há muitas arestas a limar mas...tornar-me-ei só naquilo que eu já sou. Estou muito mais forte, mais atenta, mais confiante e mais...provocadora. Já não me escondo, faço por ser notada.

Nos últimos tempos tive algumas lições de vida que me ajudaram a tornar-me numa pessoa melhor, finalmente entendi o que se quer dizer com a vida ser curta e dar muitas voltas... Quero viver apenas o melhor de cada dia, o resto é descartável.
 
Tenho tido uma atitude muito mais positiva, o que me tem permitido dar-me mais e, como consequência, receber mais em troca. Sinto-me equilibrada e tranquila. Se morresse neste momento...partia sem arrependimentos

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Noite de entrega

A Excess Party correu-me muito bem. Tive a possibilidade de durante 12 horas agir em conformidade com a minha submissão, não houve pausas, fui submissa desde que entrei até ao momento em que de lá saí.
Estive quase para não ir, quando saí de casa a minha vontade era nula, fui apenas porque me tinha comprometido em ajudar a servir o jantar e...acabou por ser uma grande noite.

As boas novas, recebidas à entrada, libertaram-me. A tristeza momentânea deu lugar ao alívio e, sem criar expetativas, deixei-me levar pela vontade de servir. Um amigo explicou-me que posso viver a minha submissão sem que para isso precise de ter um Dono. Há outras formas de servir, partilhar, de viver o bdsm.

Servi toda a noite, servi todos com quem me cruzei, de uma maneira ou de outra. Às vezes bem visível, outras de uma forma mais camuflada, mas fui a anag, cadela sem Dono  mas submissa.
Gostei muito da experiência de receber os convidados, deu-me gozo servir o jantar ao mesmo tempo que jantava entre amigos. 

A organização esteve muito bem, o pessoal do bar foi fantástico e os eventos correram naturalmente. Ofereci-me para participar no leilão como escrava, fui comprada por cinco euros e, depois de uma passagem pela jaula, fui bem usada na cruz, não sei bem por quanto tempo.

Ao fim de uma noite de entrega, em que recebi tanto de volta, era uma submissa feliz. Esse momento, as lembranças da festa, as marcas que ainda sinto deram-me força e...sinto-me novamente poderosa.

Sou uma sub independente e estou bem assim.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Amizade unilateral

É engraçado como há pessoas com quem tenho uma relação completamente diferente das outras, não sei bem explicar mas...algo me une de maneira diferente. Ofereço a minha amizade sem limites, sem nada esperar em troca, sem querer saber mais nada além do sentimento que me une.

Às vezes são pessoas que, eu sei, não merecem a minha amizade, já me traíram, já abusaram de mim, mentiram, colocaram-me em situações constrangedoras, manipularam a minha vontade e, mesmo assim, continuo do lado delas, mesmo sabendo que não são minhas amigas...

Aceito essas pessoas como são e, quando por ventura me magoam, não lhes atribuo defeitos mas...feitios! É o feitio que me encanta. Por vezes sou obrigada a afastar-me para não cair em perdição mas...continuo a amá-las, continuo a preocupar-me com elas, continuo a demonstrar disponibilidade para ouvi-las e, dentro do possível, a ajudá-las.

Não esqueço o mal que me fizeram, que me fazem, não consigo confiar plenamente mas...recordo-me muito mais do bem que já me fizeram, do que contribuíram para a minha felicidade e crescimento, e isso...permite-me desejar apenas a felicidade dessas pessoas. Às vezes os meus atos podem parecer desajustados mas...amigo mima, amigo alerta, amigo corrige porque amigo quer o melhor, quer o bem do seu amigo.

Estas relações não são fáceis, têm altos e baixos, há uma constante mutação de emoções e sentimentos mas...independente de tudo...fica o amor. Mesmo quando me desiludo ou me magoo, quando odeio ou me enraiveço...é sempre em relação ao momento e não às pessoas...e por isso a negatividade é passageira.

Não sei se gosto de gostar assim, gostar de quem não gosta da mesma forma, ser amigo de quem sei que não é meu amigo...talvez seja uma estupidez!

sábado, 21 de julho de 2012

Aos amigos

"Escolho os meus amigos, não pela cor da pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila dos olhos.
Tem que ter um brilho questionador e uma tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espíritos, nem os maus de hábitos.
Fico com os que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero respostas, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isto, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho os meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só ombros e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim, metade maluquice, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, que e lutem para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças para que não esqueçam o valor do vento no nosso rosto; e velhos para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem sou.
Pois vendo os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos nunca me esquecerei de que a ‘normalidade’ é uma ilusão imbecil e estéril…"

Loucos e Santos - Oscar Wilde

terça-feira, 17 de julho de 2012

Lugares

É engraçado como ao longo da vida vou acumulando lugares especiais, na minha memória, que despertam emoções. Passo por eles porque ficam no caminho de uma direção qualquer e de repente, vindo do nada, as recordações manifestam-se e eu...volto a sentir as mesmas emoções que um dia ali senti. Recordo as histórias dos lugares, o que ali aconteceu, quando, como, com quem e porquê. Nem sempre as recordações são doces, às vezes são amargas e outras agridoces, mas mesmo assim...gostava de nunca esquecer o que ali aconteceu, nem deixar de sentir o que ainda sinto.

Esses lugares passam a fazer parte da história da minha vida, contam parte do caminho por mim percorrido, pequenos (ou grandes) episódios de uma história interminável, de uma história que ainda não teve fim, de uma viagem que ainda não acabou.

Ultimamente sou "puxada" para esses sítios familiares, onde pensei que lá não voltaria a menos que o quisesse, mas volto...volto sem querer, volto porque a vida se encarrega de me fazer voltar e quando lá passo...às vezes, é como se nunca de lá tivesse saído. Quando as recordações são boas esforço-me por me lembrar de todos os pormenores, não me quero esquecer porque lá ia; quando as recordações são más...também me esforço por recordar...e lembrar porque de lá fugi. Esquecê-los seria imperdoável.

Talvez um dia lá volte, não de passagem mas para permanecer um bocadinho e tentar perceber se o apego é ao lugar ou...ao momento, ao sítio ou às emoções, porque recordar também é viver.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Excess Party 24/07


A pouco mais de uma semana...

Entrega e aceitação

Tenho saudades de me sentir possuída! Entregar e servir por si só não é suficiente para alimentar a alma, preciso de sentir que não tenho outra opção se não submeter-me, que não quero outra opção.

Não é por ser sub sem Dono que deixei de servir, no entanto, a entrega é bem diferente. Quando em contexto de bdsm continuo a assumir o lugar de sub mas...faço-o por respeito e porque de outra forma não me sentiria bem. Mas servir sem me sentir possuída não me completa, não me satisfaz.

Os plays que tenho feito ajudam-me a colmatar as necessidades físicas mas as emocionais ficam por saciar. Preciso de sentir que o outro me quer toda e a toda a hora, limitar a minha entrega no tempo e no espaço não me realiza.

Preciso de alguém a quem dedicar a minha vida, alguém que receba a minha dedicação. Preciso de me entregar sabendo que o outro me recebe. Preciso de dar-me a quem me aceite. Preciso de voltar a sentir a coleira bem apertada...

domingo, 15 de julho de 2012

Descobertas

Há já algum tempo que não passava uma noite de sábado em casa mas...está a saber-me bem estar só comigo e com os meus pensamentos.

Este último mês tem sido muito positivo e tem dado para perceber o quanto cresci, definitivamente estou diferente, sinto-me muito mais forte e mais capaz para enfrentar o mundo. Não quer dizer que não tenha os meus momentos de fraqueza, momentos em que a minha fragilidade vem ao de cima, momentos em que a dor me sufoca e a tristeza me consome mas...são momentos e apenas isso, momentos. Depois limpo as lágrimas, respiro fundo e...recomponho-me.

Percebi que o caminho que tenho de trilhar é feito por mim, a viagem e a companhia sou eu que escolho. A viagem é longa e está longe de terminar. Cada etapa é vivida de forma diferente, com pessoas diferentes, mas são todas importantes porque me ajudam a descobrir quem sou.

Também percebi que o mundo é mesmo pequeno, de certa forma estamos todos interligados e mais parecidos do que imaginava; que a vida é curta e por isso devo aproveitar todas as oportunidades para ser/estar feliz; que a vida dá muitas voltas e por isso não devo ter nada como garantido ou perdido.  O mundo e a vida estão em constante mutação e por isso não devo perder tempo com as coisas que me fazem mal mas sim aproveitar o que me faz bem independentemente do que os outros pensam.

As experiências, as boas e as más, fazem parte do processo de crescimento e o que aprendo com elas é o que devo reter. Já não espero acertar à primeira, espero sim ter força e coragem para continuar a experimentar até acertar, caminhar até perceber que alcancei o que procuro, desejo e preciso.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Solitude

Tenho andado afastada do blogue, não tenho sentido necessidade de escrever aqui... Tanta coisa aconteceu, tanta coisa pequenina que me fez sentir grande e forte, tanta coisa importante que me fez sentir como um grão de areia e mesmo assim não me senti compelida a partilhar.

Estou bem na minha solitude, não me sinto sozinha e cada dia aprendo mais qualquer coisa, sobre mim ou sobre os outros, não interessa, aprendo sobre a vida e vou conhecendo melhor o ser humano, não só aquele que se revela perante mim mas, através dele, do que partilha comigo, revendo-me ou não, vou-me encontrando.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Um ano...

Um ano após iniciar este blogue...já sei mais um bocadinho sobre mim. Hoje posso assumir-me como submissa.

Submeter-me continua a ir contra o meu feitio mas é na submissão que me encontro, é servindo que me sinto realizada, é sendo possuída que me sinto bem, é sendo usada que sou feliz.

Ainda não consegui encontrar o equilíbrio e a tranquilidade que procuro mas já servi com devoção. Para isso já me libertei de algumas das amarras, já me acorrentei aos pés de um Dono, já cresci enquanto submissa, enquanto mulher.

Ao acordar do coma, a que me havia induzido, despertei para a vida e a mudança começou. Ainda sou a mesma pessoa mas...diferente e melhor.

O caminho ainda vai no início, tudo o que já vivi nestes últimos meses é, apenas, uma pequena parte do que me está destinado. A viagem continua e é sobre ela que tenciono continuar a escrever, partilhando os momentos que acontecem na minha submissão, os bons e os maus.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Numa esquina

Finalmente o meu pensamento está mais dividido, já não passo tanto tempo a tentar analisar o passado, a tentar descobrir onde errei, o que aconteceu. Dou por mim a pensar no futuro, e no que me poderá reservar, e isso é positivo. 

Se há momentos em que a saudade me prende ao passado há outros em que...a fantasia me leva para longe, para possíveis futuros. Encontro-me numa esquina qualquer da vida e tenho de escolher uma direção, não posso atravessar a rua e continuar em frente, tenho de escolher esquerda ou direita. As decisões tornam-se mais fáceis de tomar quando estou acompanhada.

A vida é tão mais fácil quando delego as minhas escolhas, a minha vontade. Sempre lutei pela minha independência, pelo meu livre arbítrio, e dou por mim a desejar ter a quem entregar a minha vontade. Há quem lhe chame desresponsabilização mas para mim é sinónimo de posse, confiança e respeito. É acreditar que a pessoa a quem delego o meu ser me compreende e preocupa-se tanto com o meu bem-estar como com o prazer que pode extrair de mim.

Ainda não sei se é com esta mudança de direção que vou encontrar o meu rumo mas...pelo menos continuo a caminhar, não posso voltar a adormecer.

sábado, 2 de junho de 2012

Como adolescente

Hoje acordei agitada...talvez seja por ir para Aveiro. Espera-me mas uma noite com as meninas, boa conversa, bom vinho...e partilha, muita partilha.

Normalmente há um regresso ao passado, quando estou com elas. Voltamos a ser adolescentes e...a magia acontece e os momentos são sempre para relembrar.

Talvez venha daí a minha necessidade de analisar constantemente o passado, querer compreender o que se passa à minha volta, o que ganhei, o que perdi... Eu e as meninas damos muito valor à nossa história, ao nosso passado, principalmente ao que partilhamos juntas. Temos orgulho na nossa longa amizade.

Foram os momentos que passei com elas que me alimentaram o espírito durante anos... Fazíamos coisas diferentes, fora do comum, sempre primamos pela originalidade. Pelo menos para mim...que sempre as admirei, em todos os sentidos.

Talvez a ideia de voltar a ser adolescente...esteja já a influenciar os meus pensamentos, as minhas emoções, porque...estou a ficar ansiosa e não é só por causa da noite que vou passar a Aveiro!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Aceitação

Depois de uns dias complicados, agitados e tristes (eu bem disse que estava na fase 4) em que chorei o suficiente para encher um pequeno aquário, revivi todo o processo de luto de forma intensa e veloz, estou mais tranquila. Mais uma vez não soube lidar com as minhas emoções e mas uma vez quebrei...para depois renascer. 

O sentimento mantém-se, amo o Mestre. Apesar de toda a agitação e intranquilidade que Ele me transmite, apesar de ainda mexer com as minhas emoções, ainda brincar com o meu cérebro...já não me possui. Terá sempre um lugar especial no meu coração pois ajudou-me a encontrar quem eu sou, a direcionar-me na submissão e por isso me sinto eternamente grata.

Não foi uma relação D/s fácil, quem O conhece sabe que Ele não é uma pessoa fácil e comigo, especialmente, não foi mesmo nada fácil. Mas foi com Ele que conheci o sentimento da posse, o que antes eu apenas fantasiava, de repente, estava a vivê-lo. Proporcionou-me novas experiências, umas boas e outras más; levou-me a viver as emoções de forma intensa, indo de um extremo ao outro rapidamente; deu-me a conhecer o prazer e a dor, bem como a felicidade e o sofrimento; possuiu-me enquanto fez sentido e depois...lentamente foi-me libertando para que me entendesse...para que encontrasse o meu rumo.

Foi sempre com orgulho que caminhei a seu lado, mesmo nos momentos mais difíceis senti sempre vaidade da minha submissão ao Mestre, e com orgulho recordar-me-ei para sempre dessa viagem juntos, dessa etapa da minha vida como sua submissa e do que aprendi com Ele.

Quero acreditar nas palavras que trocamos, quero acreditar que ficou uma amizade mais próxima, mais íntima que o comum e que sempre que precisar do Mestre...posso contar com Ele. Perdi um Dono mas ganhei um amigo e isso dá-me alento para continuar o meu caminho, saber que posso contar com o ombro Dele se, por ventura, errar em alguma das decisões que agora tenho de tomar sozinha.

Agora conheço-me melhor, compreendo a minha submissão, e sinto-me preparada para servir quem me possuir. Obrigada Mestre!

A viagem continua...

Adeus


Adeus - Eugénio de Andrade

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

(foi mantida a grafia original)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Revelações junto ao mar

Ontem dei um passeio à beira-mar e...acho que entrei na fase 5 do processo de luto! Já aceito a ideia que o que perdi...não voltará porque...já não existe.

Durante algum tempo pensei que a perda não fosse definitiva, quase como se estivesse a viver um intervalo mas...ontem percebi...acabou mesmo! Mesmo que quisesse voltar atrás...não tinha para onde ir porque eu não perdi...simplesmente acabou!

Os sentimentos são assim...nascem, crescem e evoluem e hoje o que há é apenas amizade, diferente das outras é verdade, mais íntima, mais cúmplice mas...é apenas amizade! O sentimento de posse...já não existe, perdeu-se com o tempo e nada o fará regressar.

domingo, 27 de maio de 2012

Necessidades

Ontem voltei a sentir as cordas a roçar-me a pele, primeiro nos pulsos e depois...correndo o resto do corpo e...delirei! Que saudades! Que prazer! E quando a cera começou a cobrir-me os seios...cada gota era desejada...e eu contorcia-me de prazer, mordia os lábios e sentia a minha respiração a galopar...e pedi mais e mais e mais...

Quando descobri o bdsm nunca pensei que fosse ficar tão...viciada! Nunca pensei que seria capaz de partilhar o momento com quem não tenho uma ligação emocional e dou por mim...a aceitar participar em plays públicos, onde me exponho perante gente que não conheço bem, onde fecho os olhos e sou só eu e o prazer que extraio com o corpo! A paz...sinto uma paz dentro de mim nesses momentos que não consigo alcançar com mais nada!

O problema dos plays é que são demasiado curtos, demasiado softs para colmatar as minhas necessidades, não deixam no meu corpo marcas e eu preciso de as sentir no dia seguinte, preciso de as ver quando acordo... 

Sinto-me a enlouquecer...preciso de ser usada para me acalmar, que me possuam e me tomem toda!

sábado, 26 de maio de 2012

E agora?

Como já mencionei neste blogue, passo bem sem sexo. Gosto, gosto bastante, mas preciso de sentir-me ligada emocionalmente para que essa entrega possa acontecer, como se fosse algo "sagrado" ou a derradeira entrega.
Mesmo nos momentos de maior carência afetiva em que pondero o sexo casual...não consigo levar a ideia em frente. Não tenho nada contra, pelo contrário, também eu gostava de o conseguir fazer e assim colmatar algumas necessidades que, por vezes, chegam a ser fisiológicas!

Em relação ao bdsm não preciso dessa ligação emocional para me submeter. Consigo fazer plays e entregar o corpo, que na realidade é mais uma entrega ao meu prazer do que ao outro que me domina. 
Na verdade, nos plays que tive até hoje...não me senti dominada, submeti apenas o meu corpo à minha vontade, ao meu prazer, sem pensar no prazer do outro/a. No fundo...não passa de uma entrega egoísta! Talvez por terem acontecido apenas com pessoas que eu já conhecia e por quem tenho uma certa amizade.

Prefiro e dá-me muito mais prazer a entrega a um "Dono", onde a minha maior preocupação é o prazer Dele, onde me submeto à sua vontade e desejo, onde me sinto verdadeiramente dominada e praticamente não há limites. Mas na impossibilidade de a entrega acontecer desta forma, tão intensa, os plays vão dando para alimentar um bocadinho a minha alma submissa, embora assim que termina...o alimento cessa e o desejo de ser possuída/dominada continua presente em mim.

Recentemente foi-me dada a possibilidade de "trabalhar" como "sub profissional" e...sinceramente estou a ponderar a oferta. Sou curiosa e gosto de experimentar coisas novas, o desconhecido atrai-me e, às vezes, excita-me. A acontecer será em ambiente controlado, sem nunca ultrapassar os meus limites pré-estabelecidos (um deles é o sexo!), e onde o SSC estará sempre presente. 

Tenho vontade de experimentar e descobrir até que ponto é diferente dos plays que tenho feito, se me sentirei, de alguma forma, dominada. No entanto, como não é uma coisa muito comum (na verdade nunca ouvi falar de subs profissionais em Portugal), tenho receio que possa ter alguma consequência negativa, que possa condicionar a minha procura por um novo Dono, que transmita uma ideia errada de quem e como sou.

Porque uma coisa são os plays, que são feitos em público e completamente aceites e outra...são as sessões profissionais, que são privadas, em que EU sei que não acontece nada demais mas que para quem está de fora...pode levar a mal entendidos e não sei até que ponto serão bem aceites.

Porque das coisas que mais sinto necessidade é...sentir-me de facto dominada, possuída, da entrega incondicional a um dono, que vai muito além da entrega do corpo. Sinto falta da coleira!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

5 fases da morte/sofrimento





De acordo com Elisabeth Klüber-Ross, perante uma catástrofe iminente, passamos por cinco fases diferentes:

Negação – a situação não é levada a sério. A dimensão do sofrimento é tal que afastamos totalmente esse cenário;

Raiva – quando finalmente tomamos consciência da situação, cresce em nós um sentimento de injustiça ("eu não mereço isto!") que provoca uma fúria que dispara em todas as direções e sentidos;

Negociação – perante a evidência de que a raiva não é solução, o instinto de sobrevivência orienta-nos para uma estratégia em que oferecemos (tudo) o que estiver ao nosso alcance para obter mais algum tempo ou condescendência de quem supostamente tem o poder (o agressor, Deus, ou o destino, para quem acreditar nestes últimos);

Depressão – falhada a negociação, entramos num estado de prostração marcada que se caracteriza pela perda de energia e de interesse por atividades habitualmente percecionadas como agradáveis;

Aceitação – compreendemos finalmente que não há nada a fazer, encarando com resignação o que nos está reservado.

Bem...estou na fase 4...está quase superado!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Continuando

Gostei do novo espaço de bdsm no Porto e fui muito bem recebida pelas as anfitriãs. Revi pessoas conhecidas mas conheci também novas, o que é sempre bom. Tive oportunidade de brincar mas...não estava para aí virada pelo que fiquei apenas a observar o que se ia passando à minha volta. Com certeza que irei lá voltar.

As experiências e descobertas destes últimos dias deixaram-me confusa, o que eu quero e sei que preciso...não é bem o igual ao que desejo e me excita. Não consigo conciliar a razão com a alma, cada uma delas aponta para direções diferentes e...tenho momentos em que quase quebro por não me entender.

Os dias calmos servem para refletir sobre a relação entre emoções e sentimentos e sobre as sensações que libertam as emoções.

sábado, 19 de maio de 2012

Hoje à noite...

Hoje vou conhecer um sítio novo e espero...conhecer pessoas novas também. Acordei com pouca vontade de ir mas depois, há bocadinho, deu-me uma estranha vontade. Bem, vou-me deixar guiar pela intuição e ver no que vai dar. No entanto, sempre que me segui a intuição...não fui bem sucedida! De confiar são os meus instintos, quando eles acordam...é mesmo para fugir!

Quem sabe a "ana desinteressada" volta a conquistar? Hoje estou mais forte, tenho mais conhecimento e experiência, estou mais crescida e...num instante tudo pode mudar. Não faço ideia do que posso esperar desta noite e isso é libertador. A única coisa que sei é que...não farei nada que não queira e farei tudo o que me apetecer!

Estou de tal forma decidida que nada me vai impedir de lá ir hoje. Eu quero aprender...e conviver com a comunidade, ouvindo e prestando atenção...eu percebo que o quero, o que preciso, não é impossível de alcançar...e cada passo que dou...coloca-me mais perto.

Objetivos

Às vezes ter objetivos, pensar bem no que quero e preciso para ser feliz, ajuda-me a orientar na estrada da vida e tomar a direção que eu desejo.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Os sinais

Antes que pensem que ando doida...vou tentar explicar o que são os sinais de que tanto falo! Normalmente são coincidências, acasos em que, por um motivo ou outro, eu reparo. Porque coincidências há muitas na vida mas nem em todas eu reparo, algumas, poucas, têm de facto impacto em mim.

Um sinal pode ser uma música que toca na rádio e me faz sonhar, parte de um diálogo num filme que parece escrito para mim, uma história escutada clandestinamente no comboio onde me revejo na narradora, uma troca de olhar numa viagem de autocarro...um sinal pode ser qualquer coisa desde que, de alguma forma, me ajude a alimentar o espírito.

Um sinal pode ser o sentir do chicote nas costas, as mãos que me acariciam pela primeira vez e...ter prazer com isso. Um sinal pode ser um convite pelo qual não estou à espera e que me faz sentir poderosa. Um sinal pode ser uma mensagem que chega no momento certo mas totalmente por acaso. Pode ser mil e uma coisas, pode ser o que eu deixar ser.

Portanto...os sinais vão surgindo e eu acredito cada vez mais no futuro.

Enterrar o passado

A semana iniciou mal mas...talvez o final seja melhor do que esperava! Depois da desilusão à tarde...a noite trouxe-me coisas boas...sinto-me cada vez mais liberta e isso...é bom. Cada vez mais perto do meu destino!

Com o passar do tempo, refletindo e analisando, com a devida distância, consigo perceber que o passado só tem a importância que eu lhe quero dar. Tenho de aproveitar o presente e torná-lo o mais prazeroso possível. Só assim poderei desfrutar o futuro. O meu presente não tem de ter momentos maus e...quando estes acontecem, salvo raro exceções, o melhor é ignorar e fazer com que um bom momento possa acontecer e...eliminar totalmente os efeitos negativos do momento anterior.

Ontem à tarde desiludi-me, não me desiludiram mas...sozinha, refletindo e analisando o meu desejo, desiludi-me, não é possível torná-lo realidade. Ainda vivo de utopias e toda a gente sabe que elas não funcionam na prática. 

A noite correu melhor...fui recebendo sinais que me permitiram ver onde de facto estou, no presente! E quando me deitei...não me senti só mas acarinhada. Ao acordar...mais um sinal de que o futuro está cada vez mais próximo. Algo que parecia distante talvez esteja mais perto e esta semana talvez...seja uma das mais importantes da minha vida.

É tudo uma questão de tempo e distância...a realidade acaba por se mostrar e, às vezes, acaba por se revelar bem diferente da imagem que temos dela. Embora ainda caminhe sozinha continuo a crescer e "chover no molhado" é um desperdício de tempo! Torna-se necessário enterrar o passado e viver para o futuro.

domingo, 13 de maio de 2012

Confiante

Mais um Domingo...ainda estou de pijama e regressei à cama. Este fim-de-semana foi intenso e com...muito bdsm! Aproveitei bem as duas noites do evento para conversar, cimentar amizades e partilhar ideias e teorias. Perceber mais um bocadinho do bdsm que cada um pratica ajuda-me a chegar onde quero.

Sinto-me cada vez mais preparada para o futuro e confiante e por isso hoje, Domingo, estou aqui a pensar que ficar na cama o resto da tarde...é um desperdício...e mesmo exausta...devia sair de casa.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Despedida da Haus

Estou ansiosa pela noite! A minha imaginação tem estado sempre a trabalhar e espero manter a boa disposição e vontade de me divertir.

A noite tem tudo para se tornar num momento especial...quero aproveitar bem as oportunidades, não deixar escapar nada!

Apetecia-me começar já a festejar...preparar-me nas calmas para sair de casa em busca de surpresas...mas ainda é cedo. Só tenho de alimentar o meu espírito mais um bocadinho para depois...alimentar muito mais!

Mas não consigo pensar que é a última vez que vou à Haus...onde experimentei tanta coisa pela primeira vez...onde...me descobri.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Aniversário

Então ontem foi o meu aniversário! Trinta e sete anos e a contar... O lado mais positivo: não é suposto a mulher atual atingir o seu auge aos quarentas??? Pronto já não falta muito!

Foi um dia intenso, surpreendente e cheio de emoção! Começou logo à meia- noite com um convite para um copo que...não podia deixar de aceitar! Foi uma boa surpresa embora...o desejasse e...muito! Estar com o Mestre deu-me a tranquilidade apesar de toda a agitação que senti! Não sei porquê mas voltei a sentir o nervoso miudinho que sentia das primeiras vezes que nos encontramos! É bom saber que posso contar com o Mestre e com a sua amizade.

Acabei por dormir pouco e quando acordei parecia estar a ressacar! Felizmente tinha amigos à minha espera e por isso...tinha mesmo de me levantar, caso contrário seria um daqueles dias que me levanto já perto do final da tarde. Os meus avós vieram a minha casa dar-me os parabéns, na hora do almoço, e isso também foi bom porque não acontece todos os anos. Depois fui então para a baixa Porto.

Às 15 horas, numa esplanada de uma avenida movimentada, comecei a receber amigos e foi também muito bom ver tanta gente a disponibilizar-se para partilhar o dia! Horas de conversa, partilha e...companhia. Quando regressei a casa já só queria...a minha cama! Estava exausta, quer física quer psicologicamente. Depois do jantar apaguei as velas e finalmente...preparei-me para me deitar.

Pela primeira vez em muito tempo...não me senti sozinha. O dia alimentou-me o espírito, a alma e o coração! Agradeço a todos aqueles que partilharam o dia comigo, quer presencialmente, quer através dos imensos "parabéns" escritos que recebi e das palavras que ouvi.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Amanhã

Estou a fazer por tornar amanhã...num dia diferente! Para amanhã quero companhia, seja nos momentos bons ou...nos maus...não quero sentir-me sozinha! 

Aos poucos vou delineando o dia, desde o acordar até...voltar à cama vazia. Vou angariando companhia, amigos para que...à noite, a cama vazia...não me pareça tão fria e distante, tão...incompleta! Quero um dia cheio, que me alimente o espírito mas...também o coração e a alma!

Hoje ainda tenho umas coisas para fazer...umas tarefas que estipulei para a véspera do grande dia! Não me quero esquecer de nada! Tornar o amanhã num novo ciclo!



The Beatles - Dear Prudence

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Electro Weekend


Este fim de semana há o último evento na Haus e eu...gostava de ir mas não sei se deva! Primeiro porque não tenho dinheiro, segundo porque...pode ser emocionalmente intenso!

No entanto...esta semana é minha e quero aproveitar bem! Não posso deixar de ir ao último evento da Haus! Embora acredite que os C&C possam continuar...serão noutro sítio que não naquele sítio que tão recordado por mim!

Será uma questão de arranjar dinheiro e...não sei porquê mas acho que até lá isso se resolve! Depois...começo a pensar no workshop e...tenho de experimentar algumas coisas...

domingo, 6 de maio de 2012

Abraçar

Abraçar. Parece uma coisa fácil de fazer mas...eu ainda estou a aprender! Pode parecer estranho mas é verdade! Quantas vezes senti necessidade de receber? Quantas vezes senti vontade de dar? E no entanto...os meus braços continuaram imóveis... Não sabia como fazê-lo, como senti-lo, o receio em dar o primeiro passo...tudo contribuía para que os meus abraços não passassem de pensamentos.

Ou há entrega no abraço ou...não é verdadeiro. Para ser real e ter valor tem de ser sentido com o coração, com vontade e desejo, com sentimento e emoção. Um bom abraço é sempre amigo, dá-me sempre força e relembra-me que não estou sozinha. Abraçar...é bom!

Ainda não me sinto muito à vontade para abraçar mas...quando sou abraçada já respondo melhor! Sim, porque abraçar não é só apertar alguém entre os braços!

Exibicionismo

Tenho uma tendência para o exibicionismo, acho que já o mencionei anteriormente. Tenho momentos em que...adoro exibir-me, mostrar-me, provocar, às vezes até mesmo chocar mas...o exibicionismo não está sempre presente. A maior parte das vezes...escondo-me, tento passar despercebida entre a multidão.

Não são momentos forçados, não são pensados, simplesmente acontecem e...deixo-me levar. Vou até onde me levarem. Às vezes acontecem quando estou em casa, sozinha, e a máquina de filmar é a minha única testemunha!

Ontem à noite tive um momento desses mas desta vez...exibi-me sabendo que era apenas para mim. Por um momento...esqueci tudo o resto e era eu e a minha vontade de mostrar quem sou. Nunca o tinha feito antes, isto é, exibir-me sabendo que ninguém estava ou iria ver mas...deu-me gozo na mesma.

Será que momentos assim podem ser considerados de exibicionismo?

Experienciar


Kings of Leon - Sex on Fire

Apetecia-me...ser surpreendida! Assim, sem contar, experienciar algo completamente diferente! Algo que me alimente o espírito e que, ao mesmo tempo, preencha um bocadinho o meu coração! 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Lembranças



Brandi Carlile - The Story

Para quem não sei mas...nasci! Hoje à tarde ouvi esta música e...fez-me recuar no tempo! Houve mudanças em mim, já não sou propriamente a mesma pessoa...ás vezes as pessoas revelam-se! "Todas as linhas que contornam o meu rosto,  contam a história de quem eu sou; Tantas histórias sobre onde eu estive e como eu cheguei onde estou".

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Porque me lê?

Porque é que o Mestre me lê? Porque é que quase diariamente me vem visitar? Continua ler-me na diagonal, as visitas são curtas mas frequentes.

Continua praticamente sem falar comigo, muito de vez em quando lá responde a um mail. Sabe de mim e eu nada sei dele! Mas sei que...quando me visita...é porque se lembrou de mim! Se ainda lhe alimento o ego, se tem prazer com a dor que pensa estar a infligir-me...se pensa que me castiga com esse as visitas...está enganado. 

Eu fico contente com as visitas! Independentemente da razão...é sinal que ainda pensa em mim, que não me esqueceu! Tal como eu ainda penso nele! A diferença é que ele sabe o que eu penso e eu...não faço ideia! Mas...neste momento...talvez seja melhor assim...  fazer o luto de uma vez! 

Sinto a ausência e quero compensá-la com a amizade mas...percebi que ainda é cedo para isso! É necessário eliminar o elo, ainda existente, para que amizade possa nascer entre nós! 

Agora de uma coisa tenho a certeza...as visitas vão parar por um tempo...não quer dizer que a vontade pare mas...como eu digo que me dão prazer...e de facto dão-me muito prazer...saber que com uma vida tão preenchida ainda encontre tempo e disponibilidade para me ler! Eu estou presa mas ele...também ainda não se libertou completamente! 

Independentemente do que sente por mim...sente. Pode ser afeto, raiva, carinho, ódio, preocupação, desprezo... Pode ser mil e uma coisa, porque também eu...sinto por ele mil e uma coisas! E não, não estou de castigo! Estou livre para ser conquistada... 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Mudanças

São quase quatro da tarde e eu ainda estou na cama. Sei que tenho de me levantar mas...ainda não consegui. Primeiro porque está frio; depois porque sempre que estou prestes a fazê-lo...começa a chover. E então...é só mais um bocadinho.

Depois das emoções destes três últimos dias...voltar e estar sozinha... É bom ver gente, ser mimada, surpreender e ser recompensada por isso!

Entreguei muito de mim mas...também recebi muito em troca! Além dos bombons, do perfume e de três tubos de dentífrico para dentes sensíveis...recebi carinho, afeto, atenção...senti-me especial para alguém e...a entrega foi verdadeira, tive prazer nela!
 
Desde Domingo que...recebo estímulos do exterior, que me sinto confiante porque...os sinais são de boa sorte! Tudo se parece conjugar e não há...coincidências! Algo vai mudar! 

A primeira mudança é a...posição! Tenho de me levantar, passar da horizontal para a vertical, e está complicado! Acho que Maio...vai ser o mês mais importante do ano! 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Partilhar outras opiniões

E porque hoje é o Dia do trabalhador...não me apetece mesmo fazer nada! Dormi pouco e a minha vontade era voltar a dormir! Não estou com cabeça para escrever o post matinal por isso...aproveitei para  acrescentar alguns dos comentários que tenho recebido através do fet.

Os post em questão foram "Como tratar um ex-Dono" e "Coleira (parte 3)". A partir de agora, e espero que comenta por mensagem não fique aborrecido por revelar o que me dizem, vou transcrever alguns desses comentários para o blogue! Acho que faz sentido. De certa forma mantêm o anonimato e eu, sinceramente, vou partilhando outras opiniões!

Porque para mim é importante o que os meus leitores pensam da minha escrita, do que penso e sinto!

"Poderosa"


Além dos comentários que são publicados, tenho recebido também mensagens privadas através do fet. Uma dessas mensagens perguntava o que queria dizer com a expressão "poderosa", pois é recorrente nos meus textos.

Então...que quero dizer concretamente com essa palavra?

"Poderosa no sentido de ser capaz, ter vontade de testar a minha superioridade no mundo real...sei lá...poderosa porque me sinto confiante, porque acredito em mim e nas minhas capacidades!

Poderosa porque disponho de força interior, de vontade, sei o que quero, o que não quero, já sei alguma coisa! Sinto-me capaz de ultrapassar esta fase e acredito que o meu caminho vai continuar, que posso ainda encontrar quem já me procura e...não sabe!

Poderosa porque sinto o poder que há em mim mas...que ainda não acordou mas...já despertou! Porque acredito em mim, porque acredito que posso chegar onde quero.

Poderosa porque sozinha, ou acompanhada, eu estou a tornar-me numa pessoa melhor, em alguém que vou aprendendo a gostar, aceitar, e a evoluir.

Poderosa porque me sinto em maré de sorte...o universo estimula-me! Porque ganhar o campeonato este ano...teve um gostinho especial...

Não sei que mais dizer...mas acho que dá para ter uma ideia!"

Pareceu-me bem partilhar a definição.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Ribeira


A Ribeira é o sítio que eu mais gosto na minha cidade! Tenho montes de boas recordações deste sítio, que é dos mais antigos da Invicta. A muralha Fernandina, as ruas estreitas e sinuosas, as arcadas sombrias, casas de outro tempo, o Cubo, as esplanadas e os bares, revestidos a pedra que lhe dão um ar distinto, tudo me é familiar! Sinto-me em casa.

Do outro lado do rio Gaia, agora melhorada, com as Caves do Vinho do Porto, os bares que se integram na paisagem e o recente Cais de Gaia, com os cafés e bares modernos e normalmente cheio de gente desinteressante.

A ponte "Dom" Luís I, uma estrutura metálica, em forma de transferidor, com dois tabuleiros que veio substituir a Ponte das barcas, uma ponte pênsil, onde aquando a investida das tropas francesas morreram mais de quatro mil pessoas. 

A História do lugar, a Casa do Infante, o Cais, o Postigo do Carvão, o comércio, os consulados, a Feitoria Inglesa, o Palácio da Bolsa, a Igreja de São Francisco e as suas catacumbas...as escadas escondidas e gastas pelas gentes, pelo tempo, como as da Saudade que nos levam à Sé do Porto...todo o ambiente mágico mexe comigo...sinto-o, de uma certa forma é-me familiar!

A Ribeira frequento desde 2001, altura em que me mudei para Gaia e retomei uma velha amizade do tempo de escola...ainda hoje minha amiga. As duas costumávamos ir à Ribeira com frequência, quase todos os fins-de-semana iniciávamos a noite num bar antigo, sempre com boa música dos anos 70 e um hippie  como dono. Já lá vive momentos mágicos, muito alimentei o meu espírito ali.

Ontem foi mais um momento mágico, descobri o novo Hotel Carris em pedra centenária e o ferro que lhe foi embutido mas continua dar um aspeto antigo. Espreitei pela janela da rua e desejei um dia...lá passar uma noite. Ao lado da janela a entrada para o restaurante, mais uma ruela recuperada, um caminho que também desejei percorrer um dia, romanticamente acompanhada!

Alimentei o espírito ontem, hoje estou mais forte e confiante no futuro! A Ribeira tem sempre este efeito em mim. Curiosamente só uma vez me senti deslocada lá, precisamente no meu bar preferido! Às vezes lugares especiais só merecem ser partilhados por gente especial, quando a companhia não está em sintonia...o lugar não se revela, o sentimento não acontece! Nessa noite senti-me triste e ridícula!

Noite de Domingo

Ora então...conclusões tiradas ontem? Na prática nenhuma! Acabei por sair era já perto das oito da noite. Apanhei o autocarro e fui até à Ribeira, ao meu bar preferido!!! Não fui sozinha, acabei por encontrar companhia e por isso a saída acabou por não ser produtiva em conclusões mas...foi produtiva em termos de conversa, desabafos e...amizade!

Foi com gosto que me arranjei, vesti-me como se fosse para um encontro com o destino...saia, meia e camisola preta...só no decote se vislumbrava um pouco de cor...a do top vermelho. Um bocadinho de maquilhagem nos olhos e...senti-me bem ao ver-me no espelho! Gostei do que vi!

Já na Ribeira jantei sob uma a vista privilegiada, a paisagem que acompanhava a outra margem do rio, as caves do vinho do Porto, os barcos que ainda navegavam, e o som de música jazz que ouvia ao fundo, um saxofone tocado por um qualquer músico desconhecido do mundo, e talvez da cidade. Não estava frio e...a companhia era boa e amiga!

Trocamos impressões, algumas confissões e a conversa fluiu normalmente, como sempre entre amigos! Depois então fomos até ao meu bar favorito e foi aí que descobri que o meu clube era bicampeão nacional! Ainda fiquei mais contente e apeteceu-me ir festejar! A minha companhia não estava virada para festas, sentia-se cansada, e assim não festejamos na rua... Continuamos a conversa num local calmo e enquanto bebíamos um chã. Foi uma noite diferente e acabei por regressar mais tarde do que pretendia!

Só na viagem de regresso...é que comecei a refletir mas...as conclusões foram poucas, a maior parte já eu as conheço há algum tempo...mesmo assim...foi uma viagem de autocarro agradável! Em casa...pensei sobre a noite, sobre o que ouvi, vi e senti e...acabei por adormecer tarde...estava agitada mas era uma agitação boa! Enquanto refletia e recordava a noite...sorria e sem motivo aparente...voltei a sentir-me poderosa e...incapaz de esconder o sorriso que sentia dentro de mim e se tornava visível no meu olhar...na minha boca!

Estou contente!



Sair ao domingo...não afasta a sorte!!!!

domingo, 29 de abril de 2012

Porque hoje é domingo

E como hoje é Domingo, um dia que ninguém desconfia...acho que vou tomar um banho, vestir-me e...sair! O Domingo é sempre um bom dia para tomar um café sozinha, num qualquer balcão de um bar... É isso que vou fazer...
 
Mais tarde escreverei sobre as minhas conclusões!

Escrita sincera...

Talvez não devesse ter escrito o post anterior...lá se vão os convites para sair e tomar café! Ando eu a tentar seguir a minha vida, mostrando o melhor de mim, tentando ocultar as fraquezas e, de repente, venho aqui e confesso-me toda! 

Mas escrever com sinceridade e honestidade foram sempre ideais que atribuí a este blogue, de que me vale escrever, colocar as minhas dúvidas se não assumir a  verdade! No que me diz respeito...não devo censurar. Escrever com a alma foi um conselho que ouvi demasiadas vezes! É isso que tento fazer!

Mais...alguns leitores que me conhecem elogiam a minha escrita e a sinceridade que demonstro, revelando os avanço e recuos do meu caminho. Não estaria a ser totalmente sincera se não assumisse também o que sinto e falasse apenas do que quero sentir, do que procuro e do que tenho feito para continuar o meu caminho!

O que escrevi no post anterior também é do conhecimento do Mestre, embora não exista propriamente diálogo...eu, de uma forma ou de outra, chego a ele. Quanto mais não seja pelas visitas que ele faz a este mesmo blogue. Sei que acompanha o meu caminho.

Só posso ou só conseguirei encontrar o rumo certo se me aceitar e aceitar também tudo o que sinto, eu sou a soma de várias partes, sou as várias "anas" que habitam dentro de mim e um dia...ambiciono chegar ao equilíbrio!

sábado, 28 de abril de 2012

Coleira (parte 3)

Noite de sábado e é mais uma passada em casa, na tal cama vazia onde termino todos os meus dias! Eu quero andar para a frente, continuar o meu caminho e...não consigo!

Por cada passo que dou...recuo dois! Pelo menos é o que sinto! O tempo passa e eu...continuo presa a alguém que não pode ser o meu Mestre! Como me posso libertar da coleira mental? Já passaram quase dois meses e eu...continuo a senti-la! Ambos decidimos que o meu caminho com o Mestre não podia continuar...mas...mesmo assim...sabendo que não há retorno possível...continuo presa!

Há duas teorias baunilhas em relação ao tempo que se demora a recuperar do término de uma relação: uma diz que é uma semana por cada mês de relação; a outra diz que é metade do tempo que a relação durou.

Prefiro a primeira porque feitas as contas...dá menos tempo! Mas isso quereria dizer que neste momento eu já deveria ter recuperado! E não é o caso! Se for a segunda a correta...ainda tenho mais dois meses de luto pela frente!

Eu sei que a decisão tomada foi a melhor para ambos, sei que mediante as opções...decidimos pela única que era viável na altura, agora e se calhar sempre! Sei que temos de seguir caminhos diferentes e separados mas...às vezes...custa tanto!

O Mestre libertou-me mas...é como se ainda lhe pertencesse! Como se ainda desejasse que ele me possuísse! E por cada passo em frente, passos ponderados, por cada conquista...sempre que penso que avancei...quando dou conta...volto ao mesmo sítio e...continuo a sentir o peso da coleira, agrilhoada a seus pés...

Quanto mais tempo tenho de esperar para ser MESMO livre? Porque continuo presa a uma coleira que já não existe?

Como tratar um ex-Dono?

Sábado e acordei cedo, o sol brilha lá fora, a dor de dentes quase impercetível e eu com tanto para fazer!
 
Ontem à noite, em conversa, surgiu uma dúvida: como tratar um ex-Dono? Durante muito tempo, enquanto a relação durou, aprendi a tratá-lo por "meu Dono" quando falava sobre ele e por "Senhor" quando falava diretamente com ele. 
 
Quando a relação terminou, durante algum tempo, ainda o tratava dessa forma quando falava sobre ele e percebi, pelos olhares e sorrisos dos outros, que já não o devia fazer. Tive de desaprender a tratá-lo dessa maneira e comecei a usar a mesma forma que os outros.

Quando falo diretamente com ele ainda o trato por Senhor e penso que, por muito tempo que passe, será sempre assim que o tratarei. Mesmo que um dia venha a pertencer a outro dono...este, que foi o meu primeiro, não perderá essa forma de tratamento.

Ontem então surgiu a dúvida: será que falto ao respeito ao tratá-lo da mesma forma que os outros? Deveria eu demonstrar mais respeito e tratá-lo de maneira diferente? Se sim...como tratá-lo então? Senhor Z? Mestre Z? Não seria um pouco incorreto da minha parte? Não estaria a criar a ilusão de que, de alguma forma, ainda algo nos une? Como deve afinal uma sub tratar o ex-Dono?
 
Eu não creio que de alguma forma esteja a faltar ao respeito. Ele trata-me como sempre me tratou e, se no início não gostava muito, hoje entendo essas formas de tratamento como demonstrações de carinho. 
 
Acho que o respeito nada tem a ver com a forma de tratamento, trato os meus pais e avós por "tu" e se há quem respeite são eles! O contrário também se aplica, já tratei algumas, poucas, pessoas por senhor/a e às quais não tinha qualquer respeito, era mais por obrigação, por imposição...porque o respeito conquista-se, tem de ser merecido. 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Teimosia e dor de dentes

E porque hoje é sexta...espero terminar a semana melhor do que iniciei! O português tem fama de deixar tudo para a última e eu...como boa portuguesa que sou...fiz igual!

Há já uns dias que tenho tido uma "dorzinha de dentes" mas...foi preciso deixar chegar a ser uma dor enorme e insuportável para me decidir a falar com a dentista. Também o facto de ela ter o consultório em Braga e eu morar no Porto...não ajudou a que lá fosse antes. Mas depois de uns dias e noites de pesadelo, onde só faltou bater com a cabeça nas paredes...lá me decidi e liguei-lhe para marcar consulta!

Depois de explicar os sintomas...que já iniciaram em Dezembro...recomendou o tratamento e só depois a consulta! Antibiótico, anti-inflamatório mais um elixir e uma pasta de dentes especial! Não se pode ter doenças em Portugal, muito menos quando estamos desempregados e...há que pedir dinheiro aos pais! Odeio tê-lo que fazer mas...depois de tudo o que já havia tentado e experimentado para aliviar a dor não resultar...teve de ser! Mais uma vez...é coma família que posso contar. 

Daqui a quinze dias...mais uma humilhação...quando for pedir dinheiro para a consulta no dentista! Mas pronto...sub que é sub...não é menos humilhante que ter de pedir ao Dono, quando o temos, autorização para quase tudo!

Vamos lá ver se a medicação faz efeito porque...amanhã há o encontro em Aveiro e eu gostava de ir! À custa da minha teimosia já tive de cancelar algumas saídas esta semana e não queria...perder o encontro.

Agora só me resta esperar e desejar o momento em que me aperceba da ausência da dor! Sim, não sou masoquista ou teria tido uma semana excelente! 

Mas quem define muito bem esta história de dor, não-dor e ausência de dor...é a Hannah Arendt, in " A Condição Humana":
“Normalmente, a ausência de dor é apenas a condição física necessária para que o indivíduo sinta o mundo; somente quando o corpo não está irritado, e devido à irritação voltado para dentro de si mesmo, podem os sentidos do corpo funcionar normalmente e receber o que lhes é oferecido. A ausência de dor geralmente só é «sentida» no breve intervalo entre a dor e a não-dor; mas a sensação que corresponde ao conceito de felicidade do sensualista é a libertação da dor, e não a sua ausência. A intensidade de tal sensação é indubitável; na verdade, só a sensação da própria dor pode igualá-la.”

Agora só resta esperar que a dor desapareça para poder voltar aqui e escrever...o que andei a pensar ontem....