segunda-feira, 23 de julho de 2012

Amizade unilateral

É engraçado como há pessoas com quem tenho uma relação completamente diferente das outras, não sei bem explicar mas...algo me une de maneira diferente. Ofereço a minha amizade sem limites, sem nada esperar em troca, sem querer saber mais nada além do sentimento que me une.

Às vezes são pessoas que, eu sei, não merecem a minha amizade, já me traíram, já abusaram de mim, mentiram, colocaram-me em situações constrangedoras, manipularam a minha vontade e, mesmo assim, continuo do lado delas, mesmo sabendo que não são minhas amigas...

Aceito essas pessoas como são e, quando por ventura me magoam, não lhes atribuo defeitos mas...feitios! É o feitio que me encanta. Por vezes sou obrigada a afastar-me para não cair em perdição mas...continuo a amá-las, continuo a preocupar-me com elas, continuo a demonstrar disponibilidade para ouvi-las e, dentro do possível, a ajudá-las.

Não esqueço o mal que me fizeram, que me fazem, não consigo confiar plenamente mas...recordo-me muito mais do bem que já me fizeram, do que contribuíram para a minha felicidade e crescimento, e isso...permite-me desejar apenas a felicidade dessas pessoas. Às vezes os meus atos podem parecer desajustados mas...amigo mima, amigo alerta, amigo corrige porque amigo quer o melhor, quer o bem do seu amigo.

Estas relações não são fáceis, têm altos e baixos, há uma constante mutação de emoções e sentimentos mas...independente de tudo...fica o amor. Mesmo quando me desiludo ou me magoo, quando odeio ou me enraiveço...é sempre em relação ao momento e não às pessoas...e por isso a negatividade é passageira.

Não sei se gosto de gostar assim, gostar de quem não gosta da mesma forma, ser amigo de quem sei que não é meu amigo...talvez seja uma estupidez!

sábado, 21 de julho de 2012

Aos amigos

"Escolho os meus amigos, não pela cor da pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila dos olhos.
Tem que ter um brilho questionador e uma tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espíritos, nem os maus de hábitos.
Fico com os que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero respostas, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isto, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho os meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só ombros e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim, metade maluquice, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, que e lutem para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças para que não esqueçam o valor do vento no nosso rosto; e velhos para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem sou.
Pois vendo os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos nunca me esquecerei de que a ‘normalidade’ é uma ilusão imbecil e estéril…"

Loucos e Santos - Oscar Wilde

terça-feira, 17 de julho de 2012

Lugares

É engraçado como ao longo da vida vou acumulando lugares especiais, na minha memória, que despertam emoções. Passo por eles porque ficam no caminho de uma direção qualquer e de repente, vindo do nada, as recordações manifestam-se e eu...volto a sentir as mesmas emoções que um dia ali senti. Recordo as histórias dos lugares, o que ali aconteceu, quando, como, com quem e porquê. Nem sempre as recordações são doces, às vezes são amargas e outras agridoces, mas mesmo assim...gostava de nunca esquecer o que ali aconteceu, nem deixar de sentir o que ainda sinto.

Esses lugares passam a fazer parte da história da minha vida, contam parte do caminho por mim percorrido, pequenos (ou grandes) episódios de uma história interminável, de uma história que ainda não teve fim, de uma viagem que ainda não acabou.

Ultimamente sou "puxada" para esses sítios familiares, onde pensei que lá não voltaria a menos que o quisesse, mas volto...volto sem querer, volto porque a vida se encarrega de me fazer voltar e quando lá passo...às vezes, é como se nunca de lá tivesse saído. Quando as recordações são boas esforço-me por me lembrar de todos os pormenores, não me quero esquecer porque lá ia; quando as recordações são más...também me esforço por recordar...e lembrar porque de lá fugi. Esquecê-los seria imperdoável.

Talvez um dia lá volte, não de passagem mas para permanecer um bocadinho e tentar perceber se o apego é ao lugar ou...ao momento, ao sítio ou às emoções, porque recordar também é viver.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Excess Party 24/07


A pouco mais de uma semana...

Entrega e aceitação

Tenho saudades de me sentir possuída! Entregar e servir por si só não é suficiente para alimentar a alma, preciso de sentir que não tenho outra opção se não submeter-me, que não quero outra opção.

Não é por ser sub sem Dono que deixei de servir, no entanto, a entrega é bem diferente. Quando em contexto de bdsm continuo a assumir o lugar de sub mas...faço-o por respeito e porque de outra forma não me sentiria bem. Mas servir sem me sentir possuída não me completa, não me satisfaz.

Os plays que tenho feito ajudam-me a colmatar as necessidades físicas mas as emocionais ficam por saciar. Preciso de sentir que o outro me quer toda e a toda a hora, limitar a minha entrega no tempo e no espaço não me realiza.

Preciso de alguém a quem dedicar a minha vida, alguém que receba a minha dedicação. Preciso de me entregar sabendo que o outro me recebe. Preciso de dar-me a quem me aceite. Preciso de voltar a sentir a coleira bem apertada...

domingo, 15 de julho de 2012

Descobertas

Há já algum tempo que não passava uma noite de sábado em casa mas...está a saber-me bem estar só comigo e com os meus pensamentos.

Este último mês tem sido muito positivo e tem dado para perceber o quanto cresci, definitivamente estou diferente, sinto-me muito mais forte e mais capaz para enfrentar o mundo. Não quer dizer que não tenha os meus momentos de fraqueza, momentos em que a minha fragilidade vem ao de cima, momentos em que a dor me sufoca e a tristeza me consome mas...são momentos e apenas isso, momentos. Depois limpo as lágrimas, respiro fundo e...recomponho-me.

Percebi que o caminho que tenho de trilhar é feito por mim, a viagem e a companhia sou eu que escolho. A viagem é longa e está longe de terminar. Cada etapa é vivida de forma diferente, com pessoas diferentes, mas são todas importantes porque me ajudam a descobrir quem sou.

Também percebi que o mundo é mesmo pequeno, de certa forma estamos todos interligados e mais parecidos do que imaginava; que a vida é curta e por isso devo aproveitar todas as oportunidades para ser/estar feliz; que a vida dá muitas voltas e por isso não devo ter nada como garantido ou perdido.  O mundo e a vida estão em constante mutação e por isso não devo perder tempo com as coisas que me fazem mal mas sim aproveitar o que me faz bem independentemente do que os outros pensam.

As experiências, as boas e as más, fazem parte do processo de crescimento e o que aprendo com elas é o que devo reter. Já não espero acertar à primeira, espero sim ter força e coragem para continuar a experimentar até acertar, caminhar até perceber que alcancei o que procuro, desejo e preciso.