sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A fugir do mar

Ontem foi um dia complicado. Assim que acordei sabia que o tinha de fazer. A dor com que adormecera na noite anterior não permitia outra opção. É impossível negociar com algo tão grande, como um sentimento ou uma emoção, porque é impossível de controlar. De nada vale tentar acordar que o rio não correrá para o mar...podemos tentar barrá-lo, desviá-lo mas...acabará no mar.

O melhor para mim agora é afastar-me do rio, se não vir a serpentear pelas encostas, ou ouvi-lo a correr por entre as pedrinhas na margem, se não sentir a chamar por mim...talvez me habitue à ausência e um dia será apenas um rio que um dia percorri. Neste momento ainda sinto falta dele, de me deixar embalar na sua corrente mas...os rápidos vão aparecendo pelo caminho (essas mudanças bruscas que eu não entendo, a agitação desses momentos é aflitiva) e nessa altura...só penso na margem, preciso de sair do rio antes que este me consuma.

Desta vez consegui chegar à margem e sinto-me calma e tranquila. Talvez seja ilusão, talvez me esteja a enganar mas...neste momento quero ficar um bocadinho por aqui. Quero sentir terra firme. Eu sei que um dia vou querer voltar a entrar na água mas esse rio não pode desaguar no mesmo mar!

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