segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Em nome da amizade...

O último fim-de-semana foi muito intenso e atribulado emocionalmente. Três dias confusos, de extremos, ora alegre, ora triste... As pessoas são de facto muito complicadas e eu nem sempre consigo compreendê-las porque não entendo a inconstância de pensamentos.

Sexta-feira à tarde fui testada por um amigo que me pedia que o acompanhasse em algo que eu não suporto e, como não entendeu que o que me pedia era algo que eu abomino (embora já o tivesse mencionado anteriormente várias vezes!), achou por bem terminar a amizade. Fiquei triste e desolada por perder uma amizade que estimava, tentei perceber onde tinha falhado, se tinha sido demasiado racional mas...o que me pedia ia contra os meus princípios e a minha sanidade mental é algo que prezo e quero manter.

Sábado de madrugada, como a tristeza era muita, contactei o meu amigo via sms na esperança de perceber se a amizade estava definitivamente terminada ou não. Precisava de saber se ele ia manter a sua decisão ou se, com o passar das horas, tinha compreendido a minha situação. Terminamos o diálogo com ele retomando a amizade e pensei que, de uma vez por todas, não voltaria a pedir-me o mesmo dando o assunto por terminado. Fiquei aliviada, contente e orgulhosa pela nossa amizade.

Sábado à noite o mesmo amigo volta a mencionar o mesmo assunto, digo-lhe mais uma vez que não posso, não consigo fazer o que me pede, não pode cobrar tudo em nome da amizade. Num ato, talvez, impensado volta a retirar a amizade. Mergulho novamente num estado de tristeza e melancolia e tento interiorizar que há pessoas que não merecem a minha amizade e muito menos a dor que me causam. 

No Domingo à tarde o mesmo amigo volta a contactar-me, como se nada tivesse acontecido, e exige que vá ao seu encontro. Recuso. Não aguento a dor de perder a amizade mas...tenho a certeza que ele continuaria a agir da mesma forma. Reatávamos até à próxima sexta-feira, dia em que voltaria a questionar a minha amizade pedindo que o acompanhasse novamente em algo que não suporto.

Fiquei contente por ele ter reconhecido o meu esforço, e a grandeza do que lhe dei, quando o acompanhei seis vezes naquilo que ele sabe que não suporto, não tolero e me faz mal, em nome da amizade mas...ficaria muito mais grata se ele não me voltasse a pedir o mesmo.

Dói-me imenso perdê-lo mas dói-me ainda mais perceber que durante o tempo em que amizade durou, e com tudo o que partilhamos, ele não tenha percebido quem eu sou na realidade.

4 comentários:

  1. Só dois comentários: Tão irredutível é a tua posição ou tão difícil é para ti poder mudar de opinião? desde a outra perspectiva: Tão querido é o tal gesto pedido como para por em risco uma amizade?
    Uma questão a modo de conclusão_É impossível o ponto meio de encontro entre as duas vontades?

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    1. A minha posição não foi irredutível! Acompanhei o meu amigo seis vezes antes de...recusar determinantemente! Mudo de opinião com facilidade desde que tenha razão para isso, só os burros não mudam de opinião!

      Agora quando insistem para que faça algo que sabem que eu não gosto...e se a opção for acabar com a amizade...então a questão é: o amigo é mesmo meu amigo?

      Não era impossível encontrar um ponto intermédio que agradasse aos dois mas...ou era como ele queria ou não era! E...assim sendo...

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  2. Respostas
    1. É óbvio que a minha escolha não foi fácil mas...a amizade só funciona se for bilateral...

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