segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Submissa?

Seis meses de teoria, dois de prática e ainda questiono se estou no sítio certo. Houve alturas em que tive a certeza de ser submissa, em que só me submetendo alcançaria a felicidade mas hoje...hoje duvido.

Na teoria tudo faz sentido, a viagem é feita na base da confiança e do respeito mútuo, tudo é são, seguro e consensual...é a relação perfeita.
Na prática percebi que ao submeter-me perco direitos, perco identidade e o consensual é muito relativo. O outro manda e eu só tenho como alternativa obedecer ou pedir o término da relação. Há diálogo mas nem sempre sou escutada, o que interessa é a vontade do outro.

Sou demasiado rebelde porque penso e sinto, sou demasiado racional para aceitar sem questionar, demasiado exigente para não avaliar, demasiado filósofa para deixar de refletir. Entre o querer e o ser, vai uma longa distância e eu...definitivamente não sou submissa o suficiente para acompanhar o meu querer.

Entrego e fico feliz por ter quem o receba com prazer, dou e fico contente por ainda ter mais para dar mas... não me podem pedir tudo de uma só vez, não me podem exigir que me esqueça de mim, que me ignore. Há coisas que primeiro tenho de as possuir para depois as entregar, se as dou antes do tempo há uma parte de mim que morre sem nunca ter nascido.

A entrega dói, o caminho é difícil, e os conflitos interiores que surgem nem sempre são superados. A paz interior é mais importante que tudo o resto, tenho de estar bem comigo mesma para poder fazer o outro feliz. Tenho muito para aprender, muito para aceitar e só depois saberei até que ponto sou submissa. Não sei se algum dia serei capaz de delegar todo o meu ser sem reservas, sem restrições, mas esse continua a ser o meu objetivo.



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