sábado, 18 de junho de 2011

Dono imaginário

A angústia e a solidão levaram-me a criar um Dono, uma personagem a quem me entrego sempre que necessito de sentir prazer. Para alcançar o orgasmo preciso de estimular o corpo mas também a mente e por isso a minha fantasia de Dono precisava de uma história, de personalidade e, obviamente, um início.

A fantasia foi baseada na imagem de um homem real (só conhecida através da TV e de quem só sei ser cerca de 30 anos mais velho, sportinguista, monárquico e engenheiro) que me fascinou com a sua postura, educação e habilidade em expressar e argumentar as suas teorias. A essa imagem fui atribuindo as características, moldando a personalidade de forma a corresponder aos meus ideais.

Tive necessidade de imaginar um primeiro encontro (porque as pessoas não aparecem do nada!) e o "nosso" foi num convívio festivo onde trocamos apenas um cumprimento formal. No momento em que o vi soube que era dele. Tentei por diversas vezes e em ocasiões diferentes aproximar-me mas, devido à diferença de idades e tudo o que ela representa, ele recusou essa aproximação. A minha vontade de o servir e de me entregar a ele fez com que me deslocasse posteriormente ao seu encontro, numa tentativa de o colocar numa situação em que não me pudesse recusar.

Esse encontro clandestino aconteceu numa estação de comboios onde fui repreendida pela minha decisão e vontade. Avisou-me para não voltar a ligar para o seu local de trabalho pois da próxima vez teria de reportar a situação abusiva aos meus pais. Comprou-me o bilhete de regresso e abandonou-me na estação onde, desesperada e humilhada, chorei durante uma hora até...ele reaparecer.

Estava mais calmo e, pela primeira vez, senti desejo no seu olhar. Abraçou-me e questionou se estava certa do que queria pois eu tinha apenas 18 anos e podia não ter consciência das consequências de amar um homem mais velho que, para piorar a situação, se encontrava a 3 horas de distância. Respondi que a minha vida não fazia sentido sem ele, que estava certa do que queria e que a minha castidade era dele e só dele. Secou-me as lágrimas que ainda teimavam em cair e pela mão levou-me com ele.

Conduziu-me em silêncio até sua casa onde voltou a questionar a minha vontade e de seguida mandou-me despir. Tive vergonha pois era a primeira vez que o fazia para um homem, ainda por cima o homem que eu desejava e que por isso tinha receio de não agradar. Repetiu a ordem e questionou-me se era dele ou não, se fosse deveria obedecer sem questionar. Despi-me em silêncio e fiquei a olhar para ele, sentado numa poltrona analisando-me em silêncio, e esperei em pé por um comentário, ou nova ordem, cheia de vergonha, receando que me recusasse novamente.

Fumou um cigarro, ainda em silêncio, enquanto continuava a observar-me. A situação incomodava-me, o silêncio era insuportável e por isso tentei falar mas...de imediato me dirigiu um "Shiu! Não te disse para falares". Mantive-me de pé, expondo-me para ele e aguardei. Demorou até falar novamente e foi para me ordenar que me sentasse no sofá atrás de mim. Sentei-me e aguardei até que me ordenou para abrir as pernas e lhe mostrar o que tinha tanta vontade de entregar pela primeira vez.

Continuou em silêncio, sem qualquer expressão, limitando-se a observar. Não consegui perceber o que pensava e porque se comportava daquela forma. Não era assim que tinha imaginado o nosso encontro, faltava o carinho, o afeto e as palavras de amor tantas vezes imaginadas. 
Levantou-se e informou que teria de se ausentar e que esperava que quando regressasse a casa eu ainda lá estivesse, na mesma posição esperando-o, ou que tendo dúvidas deveria regressar a casa esquecendo este encontro.

Eu não duvidava que era dele, eu queria servi-lo e mesmo não me sentido confortável com a situação esperei, na mesma posição e cada vez mais excitada, pelo seu regresso. A partir daqui tudo podia acontecer e eu sabia que a minha vontade era suficiente para ultrapassar qualquer teste que ele me colocasse.

A minha imaginação não tem limites, pudores ou moral. A minha imaginação tem desejo, vontade e ânsia por prazer.

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