quarta-feira, 29 de junho de 2011

Silêncio

Silêncio: s.m. Ausência de qualquer som ou ruído; Sossego; Repouso; Mistério, Segredo

Breves silêncios ajudam-me a refletir e a concluir com objetividade, dão-me tempo e espaço necessário para racionalizar as questões e encontrar soluções.

Odeio longos silêncios! Ainda não percebi porque os gregos tiveram de inventar o deus Harpócrates que nos manda calar! Estes momentos são vividos, por mim, com grande ansiedade, despertam muitas dúvidas e as respostas que encontro nunca me são favoráveis. As reflexões que estes momentos obrigam têm sempre um carácter negativo e as conclusões são sempre pejorativas.

O silêncio indica que o outro não quer falar comigo ou não nada tem para partilhar. O silêncio é o oposto do diálogo (que tanto valorizo). O silêncio é sinónimo de afastamento. A ausência de palavras, de comunicação, é-me insuportável, causa-me ansiedade, angústia, perturba a minha forma racional de ser.

Numa altura em que o que mais quero é conhecer o outro, perceber até que ponto estamos em sintonia, que interesses partilhamos, etc, o silêncio é ensurdecedor para a minha alma. Não consigo perceber a que se deve, o que o promove, e qual o seu significado. Por vezes penso que é consequência de algo que fiz ou disse e que, por isso, estou a ser castigada mas... sem saber porquê sinto-me impotente para evitá-lo.

A pausa na comunicação é-me alheia e a retoma da mesma está fora do meu alcance, do meu controlo, da minha vontade. O "silencioso" domina a situação e domina o meu estado de alma! Sinto-me frustrada, desprezada e a irracionalidade aumenta. Imploro por palavras, tento mostrar que sou merecedora, tento provocar reações, pois não consigo lidar com a privação das mesmas.

Se o silêncio se mantém a minha confiança diminui e faz-me questionar as intenções do outro. Alguma vez esteve interessado em mim ou simplesmente dialogou comigo porque não tinha nada melhor para fazer? Terá encontrado outra pessoa com quem tenha mais prazer em dialogar? Andou a brincar com os meus sentimentos? Devo acreditar no que foi partilhado anteriormente? Que esconde de mim?

Quando o silêncio é quebrado... recupero a racionalidade e a estabilidade! Sou novamente seduzida pelas palavras, que alimentam a alma e me acalmam. Volto a confiar no outro e a vontade de estar com ele é maior do que alguma vez foi.

Dialogar, partilhar, é o início da minha felicidade que, infelizmente, a qualquer momento pode ser interrompida por mais um momento de silêncio...

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