sábado, 16 de julho de 2011

Corpo com alma

Desde que me lembro que procuro alguém que conquiste o meu coração para me entregar de corpo e alma. Até hoje essa entrega não foi possível (faltou sempre algo) mas a vontade esteve sempre presente. Mesmo quando me isolei do mundo, por achar que amar e ser amada não fazia parte do meu destino, mantive sempre uma réstia de esperança.

O meu coração foi conquistado algumas vezes mas raramente o suficiente para entregar o corpo e ainda menos a alma. Porque não escolhemos por quem nos apaixonamos, porque simplesmente acontece, o meu coração enamorou-se, quase sempre, por quem (por uma razão ou várias) eu sabia não ser a pessoa certa. Mesmo nos momentos de maior loucura e de desejo, comuns na paixão, consegui sempre manter alguma lucidez e a racionalidade nunca me abandonou por completo.

Toda a minha racionalidade fez com que experimentasse várias emoções mas poucas sensações. Senti muito com alma e pouco com corpo. Mas a alma está cansada de sentir sempre o mesmo e, a continuar assim, corre o risco de adoecer e não posso deixar isso acontecer.

Decidi então partir à descoberta das sensações, permitindo que o meu corpo se entregasse. Não me entrego de corpo e alma, para já, mas entrego o corpo que está intimamente ligado à minha alma. É através dele, e das sensações por ele sentidas, que espero alimentar a alma e crescer.

Ao entregar o corpo à minha vontade, e à do outro, acabo por entregar muito mais que o corpo. Entrego uma parte de mim, da pessoa que sou e da minha personalidade. O corpo é uma forma de me expressar, dos outros me "lerem" e não posso viver sem ele, por isso é tão importante para mim. Pretendo conhecê-lo melhor e descobrir todas as suas potencialidades mas devagar e sempre com respeito. Respeitando o corpo respeito a pessoa que sou, aumenta a confiança e a entrega é cada vez maior.

Ainda não entrego a alma mas... entrego o corpo com alma e quem o recebe não pode esquecer-se disso. Respeitando o corpo respeita-me a alma, que lhe posso vir a entregar, e permite-me que o sirva com mais devoção.




















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