segunda-feira, 25 de julho de 2011

Escrever sem Alma

Não gosto nada de ser chamada à atenção! Custa-me aceitar os fracassos e ainda mais quando tento dar o meu melhor. Escrever é um passatempo que já tenho há muito tempo, que me dá prazer e me ajuda a refletir. Saber que a mensagem não chega como a idealizo é-me difícil de aceitar. Mas valorizo quem tem a capacidade de analisar o que escrevo e criticar de forma construtiva.

Meu Dono já me tinha dito que escrevo bem mas...sem alma! Que não coloco a minha essência no que escrevo, que escondo parte de mim. Hoje, após publicar o último post chamou-me de incompetente, porque escreve-se agradar ao Dono e não agradar o Dono (corrigido entretanto) e disse ainda que o meu texto era seco, além da ausência da alma não tinha sumo! Não é a primeira vez que mo diz e cada vez fico mais triste por não conseguir demonstrar o que me vai na alma. O maior castigo é a sensação de fracassar perante o meu Dono, desiludi-Lo é o que mais pesa na minha alma.

Mas a verdade é que a minha alma está confusa, muita coisa aconteceu em pouco tempo, e a mudança, embora sentida no meu íntimo, não me é fácil de exprimir por palavras, porque é tudo muito novo para mim, sinto que estou a viver pela primeira vez e não reconheço os sentimentos, a única certeza é que nunca me senti tão bem e tão completa.

Não pretendo justificar-me, nem fugir ao castigo, quis tão somente demonstrar a importância das palavras do meu Dono que enviou-me o texto, que passo a transcrever:

"ACORDA ANA!

Olá putinha submissa à deriva:

A ausência de alma nos teus textos, efetuados como de uma reportagem sublimar se tratasse, leva-me a que publiques no teu blogue este meu texto, ao jeito de comentário. É o meu desejo e espero ser obedecido!

Acorda ana! Faz jus ao título do teu blogue!

Arregaça as mangas e vive, acorda de rompão e vê a luz que brilha lá fora, as pessoas que vivem, lutam e gritam. É a vida em toda a sua plenitude. Não te deixes ficar na penumbra do quarto, levanta-te e caminha. Corre para a tua janela, abre-a e grita. Faz ouvir a tua voz e que toda a gente saiba que queres viver e ser feliz. Agora que já te deste conta que a submissão e a entrega é o caminho para a tua libertação, vem em frente, pega o touro da vida pelos cornos, como o melhor forcado em uma arena.
Alegra-te com a dor, chora com o prazer, sorri ironicamente para os profetas da desgraça, ri com os contrastes da vida.

Não escreves mal, antes pelo contrário, mas falta-te alguma alma no que escreves. Não basta apenas utilizar bem o verbo, reportar sítios, pessoas ou sentimentos, expor a tua vontade publicamente, falares sobre a tua entrega. Escrever bem é seres honesta contigo própria e com os outros. É tua obrigação fazer isso tudo com alma. Com competência! Muita alma... toda a alma, dizes tu num texto publicado algures...

É verdade, reclamo o que é meu porque o tomei! Não peço licença para tomar o que me pertence, o que me entregaste. Mas, nem tudo é ainda meu. Sei disso, aceito isso como um desafio. E eu adoro desafios!

Nunca gostei de coisas fáceis, entregas imediatas, confissões de submissão muitas das vezes sem a submissa saber onde se vai meter, em que mãos e cérebro se vai colocar. Às vezes até é por moda.
Entrega e dominação não são fáceis. Nem para quem se submete, nem para quem domina. A entrega é um processo contínuo, doloroso, muitas das vezes contrário à educação que foi imposta. A dor da mudança dói. A entrega dói. O libertar das amarras baunilha dói.

Dominar também dói. Se for dominação séria, e não apenas umas meras sessões em o que existe é um saber empírico acumulado, dói ao dominador cerebralmente. Dominar muda o dominador. Faz ele se questionar. Pensar no bem-estar físico e intelectual de quem domina, mas também o faz crescer não apenas como dominador mas igualmente como pessoa.
Não existe uma forma de dominar duas submissas diferentes, pelo mesmo dominador, com métodos iguais. São pessoas diferentes e um dominador nunca se pode esquecer que antes de sermos o que formos, somos antes seres humanos.

Agrada-me a tua entrega, as tuas tentativas de fazer o que é correto, a tua ânsia de aprender, o teu desejo de fazer o correto. Gosto das tuas falhas, porque me dão oportunidade de te castigar e corrigir. Orgulho-me do caminho que percorreste neste período curto de tempo – que se conta por dias – porque sei que esse é o caminho que te vai fazer mais feliz.

Como o título do texto estava mal escrito, no post que publicaste anteriormente, obrigando-me a corrigir-te, podes contar com um castigo.
Se não tivesses competência para escrever bem, não te castigava, mas saber escrever e dar calinada, seja de que tipo for chama-se incompetência e, se existem coisas de que eu não gosto, é de incompetência.

Teu Mestre
Z"

4 comentários:

  1. Parabéns Ana,

    Sei perfeitamente aquilo que estás a sentir. É das fases mais bonitas pelas quais podemos passar. O prazer de se encontrar Alguém que tenha as características certas para receber uma verdadeira entrega, é indiscritível, só quem já passou por situações idênticas poderá entender verdadeiramente.

    No entanto, e pedindo desde já desculpas ao teu Mestre pela ousadia, gostáva de salientar que não se diz "percorrestes" e "publicastes" mas sim, "percorreste" e "publicaste".

    Beijinho

    isabel{MikeG}

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  2. Olá Isabel,

    Obrigada pelo teu comentário. Os erros foram já corrigidos...

    Meu Mestre pede que acrescente: "Pela boca morre o peixe isabel. Concordo com a tua crítica porque é justa, sincera e pertinente. Z

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  3. Considero que um dos deveres de uma verdadeira submissa (entre muitos outros, claro) é, precisamente, corrigir os "erros" do seu Mestre. Só assim podem crescer juntos. Só assim uma entrega faz sentido.Um Mestre justo e verdadeiro, tem de considerar a hipótese de aprender, e muito, com a Sua submissa, até porque ele contribui, e muito, para a evolução dela, a todos os níveis.

    Cumprimentos aos dois.

    isabel{MikeG}

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  4. Sim, a viagem é para ser feita a dois!

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