quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mensagens

Desde que criei a anag que tenho vindo a trocar mensagens com várias pessoas. Nessas trocas conheci pessoas interessantes que, tal como eu preocupam-se com o conteúdo das mesmas. São pessoas com quem facilmente me identifico, quanto mais não seja, por partilharem o prazer da escrita. Muitas vezes percebo de imediato que não são quem procuro mas dialogo, porque as conversas interessam-me e estimulam-me mentalmente.

No entanto há pessoas que logo na primeira mensagem enviada suscitam o descrédito total. São aquelas que não dizem nada exceto o endereço do MSN. O que as leva a pensar que vou adicionar aos meus contactos alguém que desconheço totalmente? No início ainda fazia um esforço e respondia questionando porque pretendiam falar comigo, o que achavam ter em comum para me quererem adicionar aos seus contactos. A resposta, na maior parte das vezes, era tão vazia de conteúdo como a primeira mensagem.

Outras há que, embora digam pouco, me levam a responder e a tentar descobrir se partilhamos algo. Depois de um breve resumo sobre o que ambos procuramos logo concluímos se nos identificámos. Faço sempre questão de alertar que procuro uma relação e não engate fácil ou sessões, alguém que me estimule mentalmente e que a parte psicológica da D/s é o que mais me fascina. A maior parte das vezes a resposta insiste na parte física como a base destas relações. Discordo, só depois de me conquistarem a alma terão acesso ao meu corpo. Não volto a ler mensagens destas pessoas (deve-se ler "Dons").

Raras vezes o diálogo mantém-se e a resposta do outro parece coincidir com o que procuro, indicam ter sido esse o motivo que levou ao contacto inicial, a procura da pessoa certa, bem como os fetiches mencionados no perfil e o que escrevo no blogue. Agradeço a gentileza de me lerem e de tentarem conhecer-me pelo que escrevo. Depois vem, normalmente, a primeira desilusão, a questão da praxe: como descobri o BDSM? A resposta está no blogue que indicaram ler com atenção! A descoberta da tendência submissa também está lá minimamente descrita. Mas acredito que os meus textos possam parecer longos e que por isso os leiam na "diagonal" e, assim, faço um resumo sobre essas descobertas.

Normalmente o outro passa de imediato para a parte prática, um dissertar sobre os seus fetiches (quase todos indicados no seu perfil!) e terminam questionando o que penso deles (é a segunda questão da praxe). A resposta varia conforme os fetiches mencionados e forma como foram descritos. Por vezes despeço-me educadamente (sempre que deteto brejeirice), outras limito-me a responder que, depois da alma conquistada, sou capaz de experimentar tudo o que possa agradar ao meu Dom, independentemente de achar se vou, ou não, ter prazer com a prática (o meu prazer estará no prazer que proporciono ao outro).

Insatisfeitos com a resposta, insistem para que identifique algumas práticas que me atraem. Elas são muitas mas entendo que não as deva revelar de imediato. Se quisesse que todos e qualquer um as conhecessem colocá-las-ia na lista de fetiches do meu perfil. A insatisfação causada pela minha resposta levanta a questão da minha submissão. A provocação não tarda: se não respondo a algo tão simples se calhar não sou submissa; como quero que me possuam a alma se não sou capaz de mencionar o que o meu corpo deseja?

Se eu não conto a todos os amigos que desejo submeter-me a um Dono porque hei-de confessar os desejos do meu corpo a desconhecidos? Tudo a seu tempo! Conquistem-me a alma (ou pelo menos a mente), ou, no mínimo, saibam esperar pelo momento certo para colocar essa questão, e saberão os segredos que escondo!

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