quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sensações

Depois da primeira sessão o que resta? A memória prazerosa do primeiro passo, uma vontade ainda maior de começar a caminhar e a certeza que não posso voltar a induzir-me em coma. Restam ainda as marcas visíveis da cera, dos beijos que me queimaram a pele, e as invisíveis que me aproximam do meu destino.

Percebi que não estou preparada para o turbilhão de sensações que se avizinha, que muitas delas serão sentidas pela primeira vez, mas estou cheia de vontade para as sentir. Despertei para o mundo dos sentidos e a procura das  emoções já não impera. Quero aproveitar esse novo mundo e descobrir tudo o que tenha para me dar: do prazer à dor.

As sensações ganharam importância, cresce a vontade de sentir não só com a alma mas também com o corpo. Usar os cinco órgãos sensoriais: olhos, ouvidos, nariz, língua e pele. Sentir e deixar o cérebro processar as impressões recebidas pelos sentidos sem ter de acrescentar a fantasia para alcançar o prazer. Deixar-me inebriar pelo que é real, verdadeiramente experienciado.

Quero aprender a libertar o corpo, permitir que receba estímulos exteriores e obter prazer com os mesmos (com o frio, o calor, as texturas, a pressão, o doce, o amargo, etc.). Aumentar a sensibilidade, a capacidade de sentir e aprender a reagir aos estímulos conforme a sua intensidade, duração e qualidade.

Vou deixar a alma usar o corpo para crescer. O corpo recebe o estímulo mas é a alma que o compreende e define. O que determinado estímulo provoca em mim depende também do meu estado de alma, a sensação é mutável em consequência dessa interação. Há uma panóplia de sensações por descobrir!

Percebo agora que perdi demasiado tempo ao procurar emoções puras, ao querer sentir só com a alma. A partir de agora procurarei as sensações físicas para despoletar as emoções e dessa forma crescer e evoluir.


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