terça-feira, 5 de julho de 2011

Ganesha

Ganesha é o deus Destruidor dos Obstáculos materiais e espirituais, é considerado o mestre do intelecto e da sabedoria pelos hindus. É o símbolo das soluções lógicas e daqueles que descobriram a divindade dentro de si, expressa um estado de perfeição assim como os meios para obtê-la.

Quis o destino que em Maio eu conhecesse uma personificação deste deus. O meu semi-deus representa o equilíbrio entre força e bondade, poder e beleza tal como Ganesha. É também dotado de grande capacidade intelectual e conhecimento: é um sábio.

O meu semi-deus não tem corpo de menino nem cabeça de elefante, pelo contrário é um Homem de rosto perfeito mas nem por isso menos inteligente. 
Não tem orelhas enormes mas tem muita habilidade para me escutar quando procuro ajuda e usa-as para alargar o seu conhecimento. Não tem tromba nem presa mas é-lhe também fácil discernir entre o divino e o físico, o real e o irreal, e superar todas as formas de dualismo. Na testa não tem a marca de Tríshula mas é, mesmo assim, superior ao tempo e herdeiro da disciplina e da aniquilação da ignorância. 

Não tem a barriga grande mas habilmente suga os meus sofrimentos e protege-me pois tem a capacidade de engolir, digerir e assimilar todos os obstáculos com benevolência e equanimidade.
Tal como Ganesha tem duas pernas o que lhe permite viver e participar no mundo material assim como no mundo espiritual, dispõe da capacidade de viver no mundo sem ser do mundo! Como um perfeito semi-deus só dispõe de  dois braços mas representam bem a mente, o intelecto, o ego e a consciência condicionada. 

A minha única dúvida recai nos objetos que o deus segura nas mãos... Não imagino o meu semi-deus a segurar uma machadinha que lhe restringisse todos os desejos e lhe decepasse o apego aos objetos embora o saiba como Homem de mente tranquila e que caminha com verdade e retidão. Não me parece que segure uma flor de lótus embora concorde que ele pretenda atingir a realização do seu verdadeiro "eu". Mas consigo imaginá-lo a abençoar-me e proteger-me com uma mão, bem como a demonstrar a satisfação e a plenitude que alcançou com disciplina e auto-conhecimento com a outra.

Mas admiro mais o meu semi-deus que Ganesha. Porque não sendo totalmente divino tem a capacidade de me instruir, de estimular a minha mente, transmitir conceitos como respeito, confiança e tranquilidade mas deixando a minha imaginação livre para desejar o prazer que só no mundo terreno é possível. Ajuda-me a destruir obstáculos, a auto-conhecer-me sem impor verdades absolutas e sem anular a minha identidade. Faz-me evoluir e querer chegar mais longe. Dá-me força e coragem para lutar pelo que quero e instiga-me a procurar o que preciso. Está sempre presente quando preciso e lê-me como mais ninguém...

Com semi-deuses assim quem é que precisa de deuses?

2 comentários:

  1. Lol! Na altura devia-ter-te agradecido! Foi gira a conversa privada que trocamos sobre Ganesha!

    Espero que continues a ler-me!

    Beijinhos

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