domingo, 11 de março de 2012

Estrada de dois sentidos

Nunca me custou tanto regressar a casa como ontem! Toda a viagem relembrei a original! Há oito meses voltava sozinha mas triunfante, toda eu sorria, toda eu vibrava, durante horas as minhas pernas tremeram da excitação do que se havia passado!
 
As sensações de ter ido à cruz pela primeira vez...o toque humano que não sentia há anos, o desejo que esse toque deixava prever, o cheiro a homem, as palavras sussurradas nos meus ouvidos...Como foi bom! Como me senti bem e especial e...como ansiava por mais!

Quantas vezes fiz a mesma viagem cheia de ideias, cheia de excitação e tesão, quantas vezes a minha imaginação tomou conta de mim...quantas vezes me dirigi ao encontro daquele que era meu Dono, esperando que possuísse por inteiro... Quantas vezes regressei a casa com o sorriso na alma, satisfeita por ter servido, por me ter entregue...Viagens carregadas de emoções!

Ontem regressei sozinha, as lágrimas corriam pelo meu rosto, só queria chegar a casa e esconder-me debaixo dos lençóis! Voltar à minha zona de conforto onde...não há dor, apenas vazio. A estrada é a mesma mas...nunca será a mesma para mim! Não fui capaz de procurar o meu olhar no espelho retrovisor, sei que não ia gostar do que ia ver.

Há oito meses movi-me por intuição, ontem...por instinto! Há oito meses estava confiante que  minha sorte ia mudar, que estava cada vez mais próxima da felicidade...ontem sabia que a felicidade não é um direito que me assiste!

A mesma estrada, possivelmente até a mesma hora, e tudo estava diferente, nem a lua cheia iluminava o meu caminho! À minha frente só escuridão, a lembrança da perda. Mas perco porque...não posso ganhar tudo! A vida é inconstante, muitas vezes feita de aparências que a mente trabalha como entende!

A mesma estrada que me levou ao sítio certo, na hora certa, que me acompanhou nos momentos felizes, ontem...trouxe-me tristeza e pôs um fim ao momento. Lembro-me hoje, como se fosse ontem, desse regresso a casa, que não sabia ser real pois parecia mais um sonho...Lembro-me hoje, do regresso de ontem como se fosse um pesadelo!

A mesma estrada, dois sentidos, sentimentos diferentes e eu...a vivê-los sozinha!

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