Hoje não estou com cabeça para escrever mas...deixo aqui um texto de um dos meus filósofos preferidos:
"E se um dia ou uma noite um demónio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta
vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma
vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada
prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno
e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência -
e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este
instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada
outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão
e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demónio que te falasse assim? Ou
viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: "Tu és
um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse
poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse:
a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e
inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir!
Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não
desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"
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