segunda-feira, 19 de março de 2012

Nova conclusão

Fim-de-semana longo, cansativo e intenso. Uma reunião de amigos, alguns que não via há mais de cinco anos, outros em que o convívio tem sido respeitado quase ao mínimo. Colegas de escola, afastados pelo tempo, pela vida, pela distância. Todos eles com a certeza de me conhecerem melhor do que mesma.

Tentei falar sobre a minha descoberta sobre o bdsm, tentei explicar porque me atrai e porque quero fazer parte deste mundo mas...não consegui! Talvez não tenha conseguido passar a imagem de ser feliz quando me entrego, talvez não tenha demonstrado que a pessoa que conhecem há vinte anos sempre se mascarou, talvez por não ter vingado na vida como eles...não sei, talvez por muita coisa mas senti...que não fui compreendida!

Recordaram-me quem eu era há vinte anos, as ousadias, as aventuras, a diferença que eu marcava. Disseram-me para pensar por mim, não deixar a minha racionalidade...simplesmente para me analisar menos! Mas uma coisa é certa...eu não sou a mesma pessoa que era, gostaria de voltar a ser, se a mesma não estivesse constantemente em esforço por se integrar, por ser aceite.

A vida é complicada para todos, principalmente numa altura como a que vivemos, as pessoas mudam e os ideais também! Depois do jantar, que terminou tarde, das conversas e das relações que cada um foi tendo, uma mais estáveis que outras, solidões mais satisfatórias que companhias, tentativas de recuperação à custa dos outros...e pensei: Mas que raio estou eu a fazer?

Não, definitivamente, não estou ainda preparada para recomeçar a caminhar. Ainda tenho muito luto pela frente, tenho muito a recuperar primeiro. Neste momento nada tenho para entregar nem sequer emprestar! Há vinte anos, mesmo com as máscaras, eu...era mais forte, mais confiante, conhecia as minhas fraquezas e escondia-as com as minhas virtudes. Tinha opinião, mesmo que não a demonstrasse, tinha interesses, mesmo que não os revelasse...

Depois estagnei, adormeci, induzi-me em coma sem que ninguém se apercebesse. Da mesma forma que me forcei a acordar, e fi-lo sozinha, tenho de crescer e tornar-me forte sozinha também. Algumas pessoas poderão me ajudar, como os amigos, mas o trabalho inicial tem de ser meu. Não posso estar à espera que seja o "outro" a levantar-me e a moldar-me ao seu gosto.
 
Vou dar mais tempo ao tempo e quando me sentir mais forte, menos carente, então sim...será a altura certa para tentar encontrar aquele que contribuíra para a minha felicidade.

2 comentários:

  1. A vida é complicada, sim. Mais complicada ainda quando se escolhe um caminho dificil. Mas devemos sempre seguir o nosso coração, embora as desilusões sejam dificeis de gerir.
    Se te posso dar uma sugestão, não tentes encontrar ninguém. Essa pessoa há-de encontrar-te a ti quando menos esperares. E garanto-te que voltarás a ser feliz e a vida voltará a fazer todo o sentido
    bj

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  2. Olá Vadia, espero que tenhas razão! Que a felicidade me encontre quando menos eu esperar! Até hoje tem sido assim e não vale a pena "forçar" o destino!

    Um grande beijo e...obrigada pela força!

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