Hoje apetece-me opinar sobre um tema, alvo de algumas discussões esta semana: a coleira.
No início só a sentia, como objeto, nas sessões, nem sequer era minha, era emprestada pelo estúdio onde decorriam as ditas sessões. Depois...bem depois, demorou cerca de um mês, é que comecei a sentir o verdadeiro significado da coleira. Já não era apenas um objeto que eu colocava no pescoço mas...algo que eu usava dentro de mim: estava na minha mente, alma e coração.
Durante muito tempo...possuía "apenas" essa coleira, sentia-a a toda a hora e honrava-a sempre. A partir desse momento...ansiava pela colocação da coleira, essa peça de couro bem cingida no meu pescoço. Pensei em comprar uma mas...isso não fazia sentido para mim! A coleira representa tanta coisa que eu...tinha de esperar que meu Mestre a quisesse colocar.
Essa coleira veio a seguir à nossa primeira "separação", ao fim de dois meses ambos achamos que seria o melhor. A entrega que o Mestre exigia era sem limites e...com tanto limite o Mestre escolheu o mais difícil eu...quebrei. A certeza que Mestre não altera o caminho escolhido por ele (até porque não gosta das coisas fáceis)...escolhemos terminar. Mas o diálogo não findou, trouxe-me paz e tranquilidade e o Mestre revelou-se preocupado comigo, pelo que passava e demonstrou-se um amigo carinhoso quase diariamente.
Recebo a coleira, a tal peça de couro, à entrada para o estúdio, no meio da rua. Os diálogos de amigos...marcaram-nos um encontro para conversar. O Mestre estava contente em ma oferecer mas...eu esperava um momento especial. Esperava talvez algumas palavras sobre ela, sobre a coleira. Esperava ouvir o significado dela e porque escolhia aquele momento. Mas do Mestre apenas a certeza revelada no olhar e sorriso que que eu regressaria e mais...encoleirada.
Faz hoje um mês que a minha coleira, a tal de couro, me foi retirada, após uma troca menos bonita de palavras...e ainda as tenho em minha posse. Guardo-as no mesmo sítio onde sempre estiveram, com o mesmo respeito, com o mesmo orgulho.
Quem me conhece pessoalmente...sabe que eu sou das subs que mais vezes se desencoleirou! Entre a opção de obedecer cegamente ou...pedir para retirar a coleira a minha rebeldia, teimosia e racionalidade....
Da primeira vez que tentei devolver a coleira...o Mestre ficou ofendido! Talvez por saber que, mais cedo ou mais tarde, eu voltaria a humilhar-me e pedir abrigo, como fiz.
Mas desta vez é diferente, não há retorno. Gosto muito do Mestre mas ainda não sou escrava, sou uma submissa em crescimento!
eu sou das subs que mais vezes se desencoleirou
ResponderEliminarcreio que estás ligeiramente confundida...
podes "largar" o objecto mas, na realidade, a coleira está presente. a tal que eu usava dentro de mim: estava na minha mente, alma e coração.
Não estou confundida não, sei bem a que coleira me refiro! Provavelmente exprimi-me mal!
EliminarA que foi colocada na minha essência...sempre esteve presente em mim...ainda está!
Cada vez menos. mas...ainda luto diariamente contra o peso/sentimento dessa coleira. Mas...por muito que ela pese, que eu a sinta...a decisão foi tomada.
Por isso tento ainda retomar o que é meu e...faço-o com esforço, ainda não é algo natural e espontâneo.
sempre esteve presente em mim...ainda está!
ResponderEliminare estará para todo sempre...
porque só existe a que foi colocada na minha essência
Agora desanimei! Mas como é? A coleira que ainda sinto...nunca vai desaparecer? A sensação de pertencer a outra pessoa que não eu, a sensação de ser incapaz de voltar a entregar porque...nada possuo...não desaparece?
EliminarA coleira, e ainda por cima estamos a falar da "Primeira", nunca desaparece totalmente?
Também eu ando a lutar contra gigantes quando na realidade são apenas moinhos de vento?
não desanimes!
ResponderEliminarencontra-te!
és tu própria que dizes que a sentes.
sabes porquê? porque é a primeira...
é como o primeiro amor... dizem que nunca se esquece...
ficará para sempre...
e, daqui a nada, a sensação de pertencer a outra pessoa não será mais do que uma doce(?) distante(?) whatever recordação...
para já... entrega-te a ti própria!
É o que tento fazer, reencontrar-me! E entregar, o que vou conquistando, a mim própria é muito bom!
EliminarÉ tudo uma questão de tempo...talvez da próxima vez o acaso...não se engane.
Gostava de te continuar a ler, num texto que tenha como título a ultima frase deste...
ResponderEliminarBeijo e força, a vida está a recomeçar
maria
Eu também anseio o momento em que o começar a escrever!
EliminarNão sei se recomeça ou se...começa mesma! Obrigada pela força!
Beijo grande